Armando Esteves Domingues abriu a sessão de apresentação do Projeto Pastoral onde conjugou vários verbos: Ligar, partilhar, mostrar, convidar a caminhar juntos…
O bispo de Angra pediu hoje que ninguém ficasse de fora neste caminho conjunto para construir e semear a esperança.
“É um ano que nos pede renovação espiritual. Esperemos que ninguém fique fora deste todos, todos, todos: caminhar na esperança” referiu D. Armando Esteves Domingues salientando que “será um ano para rezar, celebrar, cantar, dançar, dizer de todas as formas a Esperança é Cristo e vive em nós! Porque Deus também dança”.
Numa breve palavra, onde couberam alguns agradecimentos, o prelado desafiou os cristãos diocesanos a prescindir do “espírito de azedume” e do “espírito de vingança” de que, “não raramente, o Cristianismo parece imbuído”.
“Não será esta alegria o alimento – e o permanente alento – da fé em Cristo? Não terá, por isso, chegado o momento de recompor a nossa vivência cristã, tantas vezes taciturna, enfadonha e, portanto, pouco pascal? Não esqueçamos que somos depositários da notícia mais felicitante da história: a vitória da vida sobre a morte”, sublinhou D. Armando Esteves Domingues.
O prelado lembrou que o próximo ano é o último do biénio e o primeiro de uma série de três triénios que culminarão com a comemoração dos 500 anos da diocese.
“Ainda não chegámos a uma escuta que satisfaça plenamente quem está no terreno, no mundo do trabalho, da política, etc., quem está nas paróquias, serviços e movimentos, a propostas nascidas das bases, no respeito pela identidade de comunidades, Ouvidorias e ilhas. Lá chegaremos, se Deus quiser” referiu o bispo de Angra.
“Convido a continuar este Projeto “nos terrenos” do mundo” disse sublinhando que a Igreja quer ser “uma rede de esperança”.
“Queremos ser uma rede de esperança. A rede é feita de nós, laços, mas sobretudo de NÓS! Ligar, partilhar, mostrar, convidar a caminhar juntos… O resto crescerá porque apanharemos muito peixe nesta rede que somos NÓS!”, concluiu.
Durante esta sessão foi exibido um vídeo da Enfermeira intensivista Ana Mansoa que, a partir do seu testemunho pessoal, marcado por dificuldades de ordem material mas sobretudo por perdas e lutos, falou da esperança “que sempre se sentou à mesa” com ela.
“Apesar das dificuldades mantive sempre a confiança e procurei construir e reconstruir a esperança” , não “uma esperança de quem espera” mas de uma esperança de “esperançar”, ativa e sempre “em busca”, referiu a enfermeira de 42 anos que agora é a responsável pelo projeto esperança do Centro Padre Alves Correia, uma obra de apoio a refugiados e imigrantes da família espiritana, em Lisboa.
O diretor do Serviço de Coordenação Pastoral, padre Jacob Vasconcelos sublinhou a lógica do Projeto pastoral “que é aberto” e ”não é dirigista nem fixista”
“Este subsídio não exclui a criatividade das ouvidorias, tudo deve estar ancorado no mesmo amor à Igreja e tendo como modelo Cristo que veio não para ser servido mas par servir” afirmou.
O sacerdote, que se formou em Teologia Pastoral apresentou três temas de formação que são disponibilizados neste subsídio, com formulação de questões que podem orientar a reflexão e o discernimento sobre cada um dos temas, muito voltados para os sinais visíveis do Jubileu: a sua história, a esperança e a vida como forma de peregrinação.
“Se eles forem trabalhados é uma boa maneira de continuar a trabalhar no laboratório da sinodalidade” ressalvou ainda apresentando as várias iniciativas que a diocese promoverá para assinalar este Jubileu da Igreja.
“São boas as propostas mas de nada servirão se não forem acolhidas. Precisam de todos”, disse.
Para o padre Nelson Pereira é necessário que os cristãos dêem razões da sua esperança e para isso precisam de ser capacitados. È, neste contexto, que a diocese irá oferecer vários momentos e opções formativas, a começar pelos conselhos pastorais paroquiais e por um curso de introdução ao livro do Génesis, já a partir de janeiro.
Em fevereiro haverá formação para sacerdotes, durante dois dias em Ponta delgada- de 18 a 20 de fevereiro- uma oportunidade para trazer à diocese nomes como D. Manuel Clemente, cardeal e Patriarca Emérito de Lisboa ou o padre Nuno Santos, reitor do Seminário de Coimbra.
Esta sessão no Seminário de Angra encerrou com um breve apontamento musical pelo Coro Tibério Franco, dirigido pelo cónego Ricardo Henriques.