Que todos nos deixemos “transformar” pela Esperança, defende o padre Ruben Sousa

Sacerdote das paróquias da Maia e Porto Formoso orientou esta segunda-feira um retiro do Movimento Esperança e Vida

Foto: Igreja Açores/RS

A Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Porto Formoso, na ilha de São Miguel, acolheu esta segunda-feira o retiro do Movimento Esperança e Vida no qual participaram cerca de quatro dezenas de pessoas, que refletiram sobre a Esperança a partir da bula “A Esperança não engana” através da qual o Papa proclamou o Jubileu de 2025.

“Para além do Hino da Esperança, meditamos também na letra do Cântico É tempo de ser esperança´ e Eis-me aqui Senhor´. Após o momento de almoço e convívio, demos continuidade ao tema, e fizemos uma apresentação do Jubileu da Esperança. O retiro terminou com a celebração da Eucaristia, onde os cristãos foram convidados a ter os mesmos sentimentos de Cristo e a se deixarem transformar pela esperança” refere uma nota enviada ao Sítio Igreja Açores.

“A esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz: e a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, que começa com o Batismo, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é por isso animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo” afirmou o padre Ruben Sousa.

“Que nunca se apague (a esperança), para dar apoio e vigor à nossa vida” enfatizou o sacerdote sublinhando que “a pressa” e o “querer tudo e agora” podem gerar frustração, “insatisfação e isolamento”.

“Habituámo-nos a querer tudo e agora, num mundo onde a pressa se tornou uma constante. Já não há tempo para nos encontrarmos e, com frequência, as próprias famílias sentem dificuldade para se reunir e falar calmamente. A paciência foi posta em fuga pela pressa, causando grave dano às pessoas; com efeito sobrevêm a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência gratuita, gerando insatisfação e isolamento” afirmou ainda o padre Ruben Sousa.

Por outro lado, lembrou que a esperança requer paciência, um bem cada vez mais difícil de alcançar na era do digital onde tudo é instantâneo.

“A paciência – fruto também ela do Espírito Santo – mantém viva a esperança e consolida-a como virtude e estilo de vida. Por isso, aprendamos a pedir muitas vezes a graça da paciência, que é filha da esperança e, ao mesmo tempo, seu suporte”, disse o sacerdote aos cerca de 40 participantes do retiro, que procurou percorrer os vários pontos da Bula que proclamou este ano Santo ordinário da Igreja.

“Deste entrelaçamento de esperança e paciência, resulta claro que a vida cristã é um caminho, que precisa também de momentos fortes para nutrir e robustecer a esperança, insubstituível companheira que permite vislumbrar a meta: o encontro com o Senhor Jesus”, referiu.

O sacerdote alertou ainda para o perigo da desesperança, a partir de uma leitura mais superficial dos sinais dos tempos. Por isso, sugere, que “para não cair na tentação de nos considerarmos subjugados pelo mal e pela violência, é necessário prestar atenção a tanto bem que existe no mundo” que está “carecido da presença salvífica de Deus”.

Diante de cerca de 40 mulheres, cuja presença foi para além do Movimento Esperança e Vida, o sacerdote deixou ainda um alerta: a abertura à vida, na promoção da qual as comunidades se devem empenhar de forma mais ativa.

“Uma maternidade e uma paternidade responsáveis, é o projeto que o Criador inscreveu no coração e no corpo dos homens e das mulheres, uma missão que o Senhor confia aos cônjuges e ao seu amor” referiu.

“Além do empenho legislativo dos Estados, é urgente que não lhes falte o apoio convicto das comunidades crentes e da inteira comunidade civil em todas as suas componentes, porque o desejo dos jovens de gerar novos filhos e filhas, como fruto da fecundidade do seu amor, dá futuro a toda a sociedade e é uma questão de esperança: depende da esperança e gera esperança”, concluiu.

O retiro que decorreu durante todo o dia, teve também momentos de reflexão sobre os sinais do Jubileu- a oração, a reconciliação, a indulgência, a peregrinação, a conversão –  tendo terminado com a celebração da Eucaristia.

O Movimento Esperança e Vida é uma associação de apostolado laical, de nível nacional, constituída e dirigida por mulheres viúvas que se sentem chamadas, em espírito cristão e apostólico, a dar apoio a mulheres atingidas pela provação da viuvez (Art. 1º dos estatutos). Os objectivos do M.E.V. são ajudar a viúva a encontrar ou a reforçar o equilíbrio humano e espiritual, normalmente abalado pela viuvez.

O M.E.V. foi fundado em França, em 1944, e apareceu em Portugal em 1958. Encontra-se implantado nas seguintes Dioceses: Açores, Algarve, Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Funchal, Guarda, Lamego, Leiria-Fátima, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Porto, Santarém, Viana do Castelo e Viseu.

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