Valor dos ingressos “serve para ajudar nos restauros” diz Pároco da Sé ao semanário Sol
A igreja da Sé recebeu este verão a visita de cerca de 4 mil turistas que pela primeira vez tiveram de pagar uma quantia simbólica de um euro, garantindo o acesso à capela, à torre e ao tesouro, onde há quatro salas de sacristia onde estão expostas as peças utilizadas nas cerimónias religiosas. Além disso, entre as 11h30 e as 12h00 puderam disfrutar de uma audição de órgão.
A informação é avançada pelo pároco da Sé, Pe Hélder Fonseca Mendes ao semanário Sol deste fim de semana, numa reportagem intitulada “Euros dos turistas salvam catedrais”.
“Sem este tipo de ajuda é impossível fazer o restauro. Para oferecermos serviços de bens culturais temos de procurar outros recursos” diz o pároco da Sé que é também o vigário geral da diocese de Angra, que admite que a medida tomada “excecionalmente este verão pode ser alargada para o ano, a partir da Páscoa”.
A decisão de cobrar bilhete para entrar na Sé de Angra, fora dos horários de culto não foi pacifica e suscitou algumas criticas mas os responsáveis garantem que só com esta ajuda será possível restaurar 10 valiosas telas com representações de santos e cenas bíblicas, o que custa mais de 120 mil euros.
De acordo com o semanário Sol, a catedral açoriana não é a única onde se paga para entrar. A lista engloba as catedrais de Évora, Faro, Silves, Coimbra e Braga. Esta última, desde o inicio do mês de setembro, que exige o pagamento entre dois e cinco euros. E, noutras como Lisboa e Porto, não se descarta a possibilidade de virem a fazer o mesmo.
Segundo o Sol noticia todos os responsáveis contactados dizem que “é a única maneira de conseguir uma ajuda para manter alargado o horário de funcionamento para além do culto”.
Segundo o jornal as esmolas “já não dão para pagar a eletricidade” e as ajudas do Estado através de um protocolo celebrado em 2009, entre o Governo e a Conferência Episcopal Portuguesa, para financiamento do projecto “Rota das Catedrais”, destinado a custear obras de conservação, tardam em chegar ou pura e simplesmente não são autorizadas como é o caso das dioceses das ilhas dos Açores e da Madeira, onde por via do regime autonómico a competência da cultura e património é regional.
Em todas as catedrais onde já é cobrado o bilhete de entrada, a medida aplica-se durante todo o ano.