Proximidade e partilha são duas palavras que rimam com Cáritas, outra forma de dizer amor

Conselho Geral da Cáritas esteve reunido em Angra e aprovou os documentos que estruturam a vida do organismo católico

 

Foto: Igreja Açores/CR

Terminou ao final da tarde deste sábado o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, que reuniu em Angra do Heroísmo 17 das 20 Cáritas diocesanas existentes em Portugal. Durante dois dias os técnicos das diferentes Cáritas Diocesanas “encontraram-se  para pôr em comum realidades, partilha de boas práticas e identificar estratégias que possam ser facilitadoras para o trabalho da rede Cáritas em Portugal” lê-se no comunicado final do organismo católico, que é presidido por Rita Valadas.

Os trabalhos começaram com a partilha a partir das Comunidades de Prática da rede Cáritas. Atualmente existem quatro Comunidades de Prática: Migrações, Grupos Paroquiais, Empregabilidade e Seniores, tendo os conselheiros debruçado-se, ainda, sobre os resultados da Semana Nacional da Cáritas e da Campanha Nacional “10 milhões de estrelas- um gesto pela Paz”.

“No que toca ao peditório nacional Cáritas, ainda sem dados nacionais apurados, destaca-se a dificuldade na mobilização de voluntários e a necessidade de modernização do formato do peditório nacional público” refere o comunicado final.

Também a campanha nacional “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz” foi analisada neste Conselho Geral “procurando-se de forma conjunta identificar os pontos de sucesso e as fragilidades desta iniciativa. Foi identificada a necessidade de revisitar e recuperar a mensagem original desta ação: na noite de Natal acenda uma vela pela Paz”, avança o comunicado.

Cumprindo as determinações estatutárias foram aprovados os Relatório de Atividades e Contas de 2024.

O Conselho Geral trabalhou ainda, em dinâmica sinodal, o documento “Dilexit nos”, Carta Encíclica do Papa Francisco sobre o amor humano e divino do Coração de Jesus, a partir dos dois primeiros capítulos: A importância do Coração e Gesto e Palavras de Amor.

No comunicado final lê-se ainda que “o primeiro Conselho Geral de 2026 realizar-se-á na Diocese de Portalegre-Castelo Branco”.

O Conselho Geral terminou com a celebração eucarística na Sé de Angra, presidida por D. Armando Esteves Domingues.

“Cáritas é a outra versão do amor remetendo-nos para o que é mais frágil e que requer atenção, ternura, a ternura do amor” disse o prelado que foi acompanhado na celebração por  três assistentes da Cáritas, um deles o assistente nacional, padre José Manuel Pereira de Almeida.

“As Cáritas  são cada vez mais chamadas a ser esse sinal da proximidade da caridade da Igreja, que leva Jesus Cristo a cada um. Temos de ser próximos para iniciarmos percursos juntos. Não nos preocupemos tanto em ensinar mas procuremos criar as condições para caminhar juntos e, nesta escola da caridade, estejamos sempre na primeira linha do serviço e na última linha do privilégio. Façamos experiência; esta é a proposta”, disse o bispo de Angra.

“Oxalá cada um saiba investir na criação de comunidades onde a marca de Cristo ressuscitado seja uma evidência e condição `sine qua non´do amor fraterno. E se possível um amor que dê confiança a todos e que um simples abraço já pode permitir”, afirmou D. Armando Esteves Domingues, na concelebração da Sé.

Aliás, a partir da liturgia proclamada este domingo da reconciliação, 4º da Quaresma, em que se sublinha, de forma particular o amor e a misericórdia de Deus que sempre acolhe, abraça e faz festa, o bispo de Angra pediu que ninguém saísse da Igreja da Sé sem esta vontade de se reconciliar num tempo e numa vida “onde há uma grande crise das relações de proximidade”.

“Olhemos para as pessoas de forma diferente: confiemos menos nas técnicas e mais na proximidade e na matriz cristã da caridade; confiemos menos na Inteligência artificial e mais nas capacidades do discernimento humano;  procuremos menos certezas e mais caminhos… Em cada pessoa há uma dimensão divina. Saibamos reconhecê-la” disse ainda D. Armando Esteves Domingues.

O bispo de Angra terminou a homilia com uma oração que nos interpela sobre a grande notícia que é regressarmos a Deus feridos e sujos, mas mesmo assim, Ele tem sempre um abraço para nos dar.

“Obrigado Senhor porque não nos manténs prisioneiros e deixas que cresçamos mesmo sabendo que corremos o risco de nos perdermos;  obrigado Senhor porque logo que voltamos para ti não nos acusas de nada, mas simplesmente nos abraças; obrigado Senhor por serdes paciente; obrigado Senhor porque és exagerado no teu amor,  mas o amor verdadeiro é sempre excessivo como Tu”, concluiu.

Conselho Geral da Cáritas Portuguesa termina este sábado em Angra

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