Propostas pastorais desafiam diocesanos a um compromisso mais empenhado na vida da igreja

Iniciativas atravessam estruturas territoriais e serviços apelando a um envolvimento de padres, religiosos e leigos para uma vivência em comunhão

Deixar-se evangelizar e estar disponível para a missão é o apelo deixado pelo bispo de Angra no programa que enforma as Orientações Diocesanas de Pastoral para o ano de 2018/2019 intitulado “Comunidade evangelizada em comunhão missionária” que hoje foi publicado pela diocese de Angra em www.diocesedeangra.pt.

O programa pastoral está assente em sete pilares que fundamentam depois um conjunto de ações ao nível das paróquias, das ouvidorias e dos serviços diocesanos, de novo com uma especial incidência na pastoral social familiar e vocacional.

A palavra de ordem é “compromisso” e “disponibilidade” para a missão de todos os “cristãos no meio do mundo de modo a que o Evangelho de jesus Cristo seja testemunhado a todas as pessoas sem excepção”.

“Importa refletir empenhadamente em toda a nossa igreja diocesana sobre a responsabilidade comum de evangelizar no mundo de hoje” refere o documento que apela a uma consciencialização “urgente” sobre o que é ser “Povo de Deus” que vive “na comunhão e que reconhece a exigência da missão”.

“Aparentemente parece estarmos perante algo teórico quando a maioria dos nossos fieis se limita a reproduzir as ações do passado e a recorrer aos serviços religiosos prestados pelos sacerdotes” constata o documento que, de imediato, convida a uma “renovação da ação das comunidades” dando-lhes “nova expressão com capacidade para uma nova evangelização” assente “no aprofundamento da consciência de povo de Deus” que caminha “na experiência da comunhão, da unidade e da missão partilhada”.

O documento elenca, de resto, a primeira de todas as tarefas para alcançar esse objectivo: “formar para a comunhão”, o que implicará “não entender a comunhão apenas como uma categoria sociológica ou psicológica, mas sobretudo como uma condição”.

“Todos os batizados são chamados a viverem a mesma comunhão fraterna na sua vida comunitária”, refere ainda o documento. Sobretudo dadas as “circunstâncias” da sociedade e da cultura atuais caracterizadas pelo “individualismo e pela exaltação da liberdade individual, corroendo a verdadeira comunhão” e , por isso, exige “um esforço pastoral” alicerçada “na centralidade da Eucaristia”.

O documento aponta, por outro lado, para uma crescente participação e corresponsabilização de todos na vida da igreja, apontando para uma igreja mais ministerial.

“Lembremos as exigências que a Igreja coloca na participação de todos os fiéis através dos organismos” como os “conselhos pastorais e económicos”.

“Não se trata de algo acidental ou secundário que poderia ficar ao arbítrio de cada responsável. Muito pelo contrário, é um direito e um dever de cada cristão que revele capacidades necessárias para cumprir esta missão”.

O documento chama mesmo a atenção de que “estaria prejudicada a missão evangelizadora da igreja que não se abrisse à comunhão, à participação e à corresponsabilização de todos”.

Neste contexto “devemos encetar decididamente a promoção de comunidades inteiramente ministeriais, nas quais se valorizem as diversas vocações e ministérios, sejam ordenados, de consagração e laicais” refere-se ainda.

O documento aponta, também, para a necessidade e exigência da formação, lembrando que a diocese criou estruturas- a Vigararia para a formação, o Instituto Católico de Cultura e as Escolas de Formação das Ouvidorias- que agora exige “o empenho de todos” para que “se torne efetiva e com resultados efetivos na diocese e nas paróquias”, atingindo “todos”. Uma formação que “deve ser integral e atender às dimensões espiritual, doutrinal, moral, valores humanos, presença na sociedade, na cultura e relação entre a igreja e o mundo”.

“É este o trabalho de renovação, de refontalização e de auscultação que o Espírito Santo pede à nossa Igreja diocesana para que se lance verdadeiramente numa missão evangelizadora”.

O documento apela ainda a um caminho de santidade que deve ser trilhado por todos, na vida concreta do dia a dia e na lógica proposta pela última exortação apostólica do Papa Francisco sobre a matéria.

“Não tenhamos medo de caminhar na Santidade. Ponhamos os ideais altos que a santidade aponta e vivamos a esperança e a força evangelizadora que ela motiva” desafia o documento  que orienta o programa pastoral diocesano.

Entre as propostas pastorais está a realização do Primeiro Congresso Regional da Pastoral Social; uma atenção “privilegiada” às situações de fragilidade humana; a calendarização de ações que “valorizem” diariamente o “diálogo entre a fé cristã e os meios profissionais, culturais e associativos”; a integração de jovens nos organismos de corresponsabilidade e participação nas paróquias e nas ouvidorias; a promoção do voluntariado jovem; a valorização da pastoral vocacional com dinamização de pré seminário nas áreas geográficas das três vigararias territoriais e uma maior interdisciplinariedade entre a pastoral juvenil e a vocacional.

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