Eventos realizam-se de 26 a 29 de novembro, primeiro em Angra com uma conferência e depois na Praia com mais quatro palestras
O projecto DIO 500, no âmbito do qual a diocese está a preparar uma História Religiosa dos Açores, numa parceria com a Universidade dos Açores e a Universidade Católica Portuguesa, para lançar em 2034, vai desenvolver mais uma jornada formativa de 26 a 29 de novembro na ilha Terceira.
A iniciativa, da responsabilidade da Igreja visa contar a história religiosa das nove ilhas, profundamente marcadas pelo povoamento franciscano, desde a fundação da diocese em 1534 e o final do episcopado do 38º bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, em 2016.
“2034 será um marco histórico importante para comemorarmos mas também para compreendermos os desafios da informação, investigação, formação e sensibilização sobre as várias dinâmicas da fé e da religião no arquipélago, sempre com esta meta de assinalar e comemorar os 500 anos da fundação da diocese” refere ao sítio Igreja Açores Susana Goulart Costa, a coordenadora do grupo que gere o DIO 500.
Este projecto resulta de uma iniciativa da Diocese, desenvolvida em parceria com a Universidade dos Açores e a Universidade Católica Portuguesa.
“Estamos a trabalhar em conjunto com perspetivas e funcionalidades diferentes. Temos a comissão coordenadora, a comissão cientifica e uma equipa de consultores científicos que são especialistas em determinados temas e daí resultam várias perspetivas” esclarece a investigadora.
Neste momento decorrem duas investigações no Arquivo da Mitra da Biblioteca e Arquivo Regional de Angra e em arquivos públicos e privados de Lisboa que têm documentação sobre a diocese. Acrescerá dentro de pouco tempo, também, uma investigação em Roma nos Arquivos romanos, nomeadamente no Arquivo do vaticano, onde há documentação vasta sobre a diocese.
“No final o que iremos fazer será um livro sobre a História desta diocese ao longo de cinco séculos” esclarece ainda Susana Goulart Costa que adianta que sendo um livro de história, pretende ser também um contributo para ler a Igreja de hoje. Por isso, a estratégia de comunicação deste projecto passa pela criação de uma página on line onde se “vá dando conta do que se faz” e simultaneamente se “vão disponibilizando textos e documentos que podem contribuir para o aumento do conhecimento sobre esta Igreja” refere ainda. Esta plataforma digital bilingue “será uma presença na vida das comunidades, procurando agregar” pessoas para que sintam como seu este trabalho, porque “tem a preocupação de olhar para a Igreja hoje”.
Anualmente, e à semelhança do que tem vindo a acontecer, existirão alguns eventos que darão realce público à investigação que se vá produzindo. O evento deste ano será na ilha Terceira com cinco conferências: uma em Angra, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no dia 27 de novembro e mais quatro na Praia da Vitória nos dias 28 e 29, com Fátima Eusébio (Diretora do Secretariado nacional dos Bens Culturais), Leonor Sá (ex diretora do Museu da Polícia Judiciária) e Marta Bretão, entre outros.
“O maior constrangimento deste projecto é o facto de não sabermos onde estão muitos dos materiais que podem fazer esta história” refere Susana Goulart Costa ao deixar um apelo “a todos os que tenham registos e documentos que possam ajudar a construir essa história” que contactem esta Comissão para que “nada se perca”, afirma a investigadora.
A entrevista com a professora Susana Goulart Costa vai para o ar este domingo, depºois do meio-dia na Antena 1 Açores e no Rádio Clube de Angra.