O presidente da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores (Santa Sé) destacou hoje a importância do relatório sobre abusos sexuais de crianças apresentado na segunda-feira pela Comissão Independente designada pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
“Uno-me à Igreja em Portugal para agradecer à Comissão Independente pelo seu importante trabalho, que aponta para a necessidade de combater tudo o que promove o silêncio daqueles que foram afetados pelo abuso, silêncio que impede uma prevenção eficaz e a administração da justiça”, escreve o cardeal Seán O’Malley.
O arcebispo de Boston (EUA) considera que “a Igreja em Portugal deu passos importantes para resolver esta questão, através do trabalho da Comissão Independente”.
“A nossa primeira e principal preocupação deve estar, em primeiro lugar, com as vítimas, cujo direito à justiça e às necessidades de cuidado adequado deve ser uma prioridade conjunta”, indica o colaborador do Papa.
Em nome da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, o cardeal norte-americano agradece “aos homens e mulheres que deram voz a décadas de silêncio e abriram caminho para um novo momento, na Igreja e na sociedade”.
“Unimo-nos na manifestação de pesar a todos os que foram prejudicados por tal violação da dignidade humana e encorajamos qualquer pessoa que tenha vividos crimes semelhantes a não hesitar em denunciá-los às autoridades competentes”, acrescenta a nota.
O cardeal O’Malley sublinha que o trabalho da Comissão Pontifícia, recentemente renovada pelo Papa, visa “reforçar o compromisso da Igreja com as vítimas e sobreviventes, na sua busca por justiça e, em última instância, na busca de cura”.
“A garantia de políticas robustas, implementadas em toda a Igreja, e a possibilidade de verificar boas práticas e códigos de conduta adequados para cada bispo, padre, irmã ou irmão religioso ou catequista proporcionará um ambiente mais seguro para as crianças e um testemunho mais fiável do Evangelho”, sustenta.
O responsável pede um compromisso comum na “defesa vigorosa dos direitos das vítimas e sobreviventes de abuso”, bem como no trabalho de “prevenção, transparência, responsabilidade e tolerância zero” na Igreja.
“A Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores espera agora ajudar a Igreja em Portugal na sua reflexão sobre as recomendações contidas no relatório final”, conclui o comunicado.
A Conferência Episcopal Portuguesa vai reunir-se a 3 de março, em Assembleia Plenária extraordinária, para debater os dados do relatório e decidir sobre medidas concretas a tomar.
(Com Ecclesia)