O Papa Francisco convidou hoje à contemplação e a encontrar “as raízes”, quando provocados pela imagem do presépio e da árvore de Natal.
“Raízes e contemplação: a árvore ensina-nos sobre raízes, o presépio convida-nos à contemplação. Não se esqueça destas duas atitudes humanas e cristãs”, convidou hoje numa audiência aos doadores da árvore de Natal e do presépio, no dia da sua inauguração na Praça de São Pedro, e na sala Paulo VI, no Vaticano.
A árvore de Natal tem cerca de 26 metros de altura e chegou da pequena aldeia montanhosa de Rosello, na província de Chieti, a cerca de 200 quilómetros de Roma; o abeto provém de atividades de cultivo e não de áreas naturais, tendo sido cortada porque representava perigo para alguns edifícios próximos.
As decorações foram preparadas por crianças do centro residencial de reabilitação psiquiátrica “Quadrifoglio”, em colaboração com os avós do centro de acolhimento de idosos “Santo António” de Borrello, na mesma região italiana.
Já o presépio para o Natal de 2022 vem de Sutrio, na província de Udine, sendo inteiramente feito de madeira, com uma semiesfera que funciona como gruta, que acolhe a Sagrada Família; em volta, serão colocadas várias personagens em tamanho real.
Francisco valorizou os símbolos que “numerosos peregrinos de todo o mundo” irão ver, “sinais que continuam a fascinar jovens e velhos”.
“A árvore, com as suas luzes, lembra-nos Jesus que vem iluminar a nossa escuridão, a nossa existência muitas vezes encerrada na sombra do pecado, do medo, da dor. E sugere uma reflexão adicional: tal como as árvores, também os homens precisam de raízes. Pois só quem está enraizado em boa terra, permanece firme, cresce, «amadurece», resiste aos ventos que o sacodem e torna-se um ponto de referência para aqueles que olham para ele”, indicou.
Assim como o presépio é um convite à proximidade que “o filho de Deus” quer ter com cada pessoa.
“O silêncio encoraja a contemplação do Menino Jesus, ajuda-nos a tornar-nos íntimos de Deus, com a frágil simplicidade de um recém-nascido minúsculo, com a mansidão do seu ser deitado, com o terno carinho das faixas que o envolvem”, convidou.
O Papa pediu que se redescubra a “verdadeira riqueza do Natal”, optando por um “Natal diferente do Natal consumista e comercial”.
“Na sua pobreza genuína, o presépio ajuda-nos a redescobrir a verdadeira riqueza do Natal, e a purificarmo-nos de tantos aspetos que poluem a paisagem natalícia. Simples e familiar, o presépio recorda um Natal diferente do Natal consumista e comercial: é outra coisa; recorda-nos como é bom para nós apreciarmos momentos de silêncio e oração nos nossos dias, muitas vezes dominados pelo frenesim”, reconheceu.
Francisco convidou, perante o presépio, a redescobrir “a surpresa e o espanto da pequenez”.
“É preciso abaixar-se, é preciso fazer-se pequeno, deixar toda a vaidade para trás, para chegar onde Ele está. E a oração é a melhor forma de dizer obrigado perante este dom do amor gratuito, de dizer obrigado a Jesus que deseja entrar nas nossas casas e nos nossos corações”, afirmou.
O presépio e a árvore da Praça de São Pedro permanecem expostos até o final do tempo litúrgico de Natal, que coincide com a festa do Batismo do Senhor, a 8 de janeiro de 2023.
(Com Ecclesia)