“Precisamos ler os sinais do tempo presente sem esquecer a nossa essência”, afirma padre Ruben Pacheco

Novo ouvidor da Graciosa é um dos mais novos dos Açores e desde setembro que administra in solidum as quatros paróquias e os curatos da ilha Graciosa

O padre Ruben Pacheco, natural de São Miguel, é desde outubro o novo ouvidor da ilha Graciosa, partilhando a administração das paróquias e dos curatos com um colega.

Numa entrevista ao programa de rádio Igreja Açores, o sacerdote recorda que o maior desafio que enfrenta é a “adaptação” a este novo modelo.

“O primeiro desafio é administrar as paróquias in solidum. Estamos a adaptarmo-nos, nenhum de nós os dois tinha tido essa experiência e por isso este é o grande desafio” diz o padre Ruben Pacheco.

“Já dividimos a ilha em dois blocos e vamos alternando semana sim, semana não” refere ainda de forma clara para dizer que “a administração em conjunto está a correr bem” confessa sublinhando que a estratégia de divisão das paróquias obedeceu ao mesmo principio da divisão dos movimentos.

Na ilha, além da catequese, a Cáritas e os vicentinos estão muito presentes, embora a ilha não revele problemas de pobreza extrema.

“A minha percepção é que as familias mais numerosas com créditos bancários possam estar a passar um mau bocado, mas a rede de vizinhos ainda funciona”, refere o padre Ruben Pacheco. Acresce que, “sendo uma comunidade marcadamente rural, muitas das famílias consomem do que cultivam e isso ajuda a mitigar  alguma dificuldade.”, conclui.

A Graciosa é a segunda ilha mais pequena do arquipélago dos Açores, mas as festas são abundantes, sobretudo no verão, embora tenham a particularidade de todos se acertarem de forma a que as festas possam ser participadas por todos.

“Um dos grandes desafios que enfrentamos em Igreja é conseguirmos o  equilíbrio entre aquilo que os tempos nos pedem e esta necessidade de nos mantermos fieis ao evangelho, respeitando a nossa matriz” acrescenta o padre Ruben na entrevista que pode ouvir aqui.

Sobre a ilha, a segunda mais pequena do arquipélago, com poucos jovens e pouca população, o sacerdote recorda que “existe uma grande familiaridade e por conseguinte comunhão entre os graciosenses, que gostam de participar e de fazer festa, muito ao jeito da vizinha Terceira” refere com um sorriso.

Sobre a pobreza existente na Graciosa, lembra que nos meios rurais, e a Graciosa é um meio tradicionalmente rural, a pobreza coloca-se numa outra esfera tal como a religiosidade em geral, que as pessoas “vivem de forma muito intensa”.

Na Graciosa estão ativos os grupos de jovens do CNE, a Cáritas, as Vicentina, a Catequese e toda a pastoral litúrgica.

 

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