Semana dos Seminários mobilizou todas as ilhas com várias iniciativas
A diocese precisa de trabalhar melhor a questão vocacional desenvolvendo uma “nova cultura e mentalidade vocacional” afirma ao Sítio Igreja Açores o reitor do Seminário, padre Emanuel Valadão Vaz.
“Ha um sentido de que todos precisamos de trabalhar um pouco mais não por uma questão de números mas de cultura vocacional. Isto é que é importante e não é por termos poucos alunos, é uma necessidade que se tem vindo a fazer sentir ao longo do tempo por todos os que trabalhamos no terreno. A questão vocacional precisa de ser muito trabalhada” afirma o Reitor no dia em que a instituição completa o seu 162º aniversário.
“Apesar de não termos a presença da maioria dos seminaristas na diocese, aquilo que se apresenta é algo positivo” pois em “quase todas as ilhas viveu-se esta semana com várias iniciativas quer vigílias quer atividades de catequese, famílias, comunidades e isso é muito positivo neste caminho de aposta na pastoral vocacional”, refere ainda ao salientar que o seminarista Fábio Silveira, o único que se encontra na diocese a completar o ano pastoral, participou em várias iniciativas na ilha Terceira.
O aniversário do Seminário é assinalado simbolicamente pelo recomeço dos Encontros de Pré-Seminário na ilha de São Miguel, numa das muitas iniciativas que ao longo desta semana colocaram a instituição e as vocações no centro da oração em toda a diocese.
“Uma das propostas que fazemos é que o Pré-Seminário possa ser uma lampa de lançamento para reiniciarmos o trabalho com jovens adolescentes que colocam de forma muito concreta esta disponibilidade para a vida sacerdotal” explica o Reitor.
“É este marco de continuar a fazer chegar ao coração de muitos jovens aquilo a que Deus nos chama que gostaria de sublinhar neste dia de aniversário e o que nos é exigido é ir ao encontro e acolher aqueles que se querem aproximar” salienta ao lembrar que é preciso “fazer memória” mas também “dar passos em frente para que o Seminário continue a ser um sinal de Deus na Diocese”.
O Seminário Episcopal de Angra foi inaugurado no dia 9 de Novembro de 1862 no Convento de S. Francisco de Angra, passados 328 anos da fundação da Diocese. Dava-se assim cumprimento à norma tridentina e ao desejo do clero quanto à fundação de um Seminário nesta Diocese.
Volvidos 162 anos o Seminário Episcopal de Angra, formou diversas gerações de alunos. E, daqui saíram sete bispos, praticamente todos os sacerdotes açorianos e muitos dos que foram enviados para as missões.
O reconhecimento do trabalho do Seminário foi de resto feito a nível nacional com a atribuição da Insígnia da Ordem de Mérito pelo Presidente da República, para além da Medalha de Ouro do Município de Ponta Delgada e do Diploma de Reconhecimento, da Câmara de Angra do Heroísmo, por ocasião do 150º aniversário.
Por outro lado, durante muitos anos foi a principal e única escola de formação superior de centenas de homens, que influenciaram a cultura e a sociedade açorianas. Antes da criação da Universidade dos Açores, esta era a única Instituição de ensino superior do Arquipélago.
À sombra do Seminário nasceu o Instituto Açoriano de Cultura, que promoveu as Semanas de Estudo dos Açores, um dos momentos mais altos de reflexão política, social, cultural e económica dos Açores e alguns dos fundadores da própria Universidade ensinaram no Seminário.
O esforço por uma formação de qualidade constitui, de resto, um dos distintivos desta Instituição.