Novo bispo chega no dia 15 de janeiro a Angra e já tem calendarizadas três reuniões importantes: Colégio de Consultores; Conferência de Ouvidores e Conselho Presbiteral
A pouco mais de duas semanas da tomada de posse do 40º bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, o Administrador Diocesano acaba de enviar o Plano Pastoral 2022-2023 a todos os presbíteros e a calendarização de todas as atividades do ano pastoral em curso até agosto, já “revista e completada pelo bispo eleito” como refere na carta que acompanha o documento o cónego Hélder Fonseca Mendes.
O documento que entra em vigor no dia 1 de janeiro, segundo explicita a carta que o acompanha, prevê já para o dia seguinte à tomada de posse uma reunião em Angra do Colégio de Consultores (16 de janeiro) e a reunião com os 17 ouvidores, em Ponta Delgada, a 14 de fevereiro. No dia 24 de março, realizam-se as VI jornadas de Teologia do Seminário Episcopal de Angra e no dia 25 de Abril começam os trabalhos da Assembleia Plenária do Conselho Presbiteral.
O Plano Pastoral 2022-23 que agora é publicado “ pretende construir uma Igreja sinodal e envolver as novas gerações na comunhão, na participação e na missão” e, por isso tem por base duas iniciativas principais: o processo sinodal em curso em toda a Igreja e a realização da Jornada Mundial da Juventude, ambos tomados como a prioridade do ano pastoral em curso.
“As apreensões face ao futuro que marcam o nosso tempo, fazem-nos tomar uma maior consciência do sentido e da gravidade da nossa missão perante o mundo que anseia ser mais humano e mais fraterno. A missão da Igreja enquanto reafirma a certeza de que só Jesus Cristo é a fonte e a meta da verdadeira esperança, faz-nos redescobrir a nossa identidade como discípulos missionários” lê-se na introdução ao documento.
“No presente ano, teremos em consideração, por um lado, as grandes propostas da Igreja Universal e, por outro, as nossas realidades locais com as suas urgências e inquietações”, enfatiza o documento a que o sítio Igreja Açores teve acesso, que aponta como objectivo geral “construir uma Igreja mais sinodal e envolver as novas gerações na missão”.
Renovando o pedido de um verdadeiro “espirito sinodal”, o documento aponta para a “corresponsabilidade” entre “ ministros ordenados e fiéis leigos”.
O documento reconhece os “esforços já empreendidos” mas adianta que “não podemos abrandar o ritmo do caminho encetado” e que tem como objetivo uma “Igreja mais participativa na diversidade dos carismas e ministérios”.
“Ao convocar toda a Igreja para um caminho sinodal nos moldes em que o fez, o Papa colocava a Igreja diante do seu “dever ser” e da sua missão de sempre. A sinodalidade é uma questão tão antiga como a Igreja, pois é constitutiva da sua génese, mas ao mesmo tempo, os contextos são novos e os sinais da modernidade lançam apelos que a Igreja não pode negligenciar” refere o documento na sua introdução.
Reconhecendo-se que a igreja diocesana “ficou longe de atingir um nível ideal de pessoas envolvidas nesta dinâmica” salienta-se que a fase diocesana foi “ uma experiência muito rica que poderá inspirar a um caminho sinodal que não está fechado”.
“Os trabalhos realizados entre nós, conduziram a uma síntese diocesana das partilhas recolhidas e que foi encaminhada para a Conferência Episcopal. Como fruto dos trabalhos desenvolvidos em cada diocese, a Comissão Episcopal elaborou, por sua vez, uma síntese nacional que pretende ser o contributo da Igreja em Portugal para o Sínodo dos Bispos. Todos estes esforços foram um sinal de corresponsabilidade e uma demonstração da vontade dos novos caminhos a trilhar”, lê-se na introdução do guião operativo das orientações diocesanas, que não escamoteia a abertura a outras iniciativas locais para além do que está previsto transversalmente à diocese.
“ O caminho realizado deveria motivar a que mais comunidades e grupos se abrissem à reflexão sobre a Igreja que queremos reedificar no nosso tempo continuando a partilha e buscando caminho” refere-se incentivando a continuidade da “ reflexão em torno das grandes questões da atualidade eclesial”, “o ritmo sinodal nas comunidades” e “a fidelidade e a renovação em cada presente da história”.
“Cabe-nos ler os sinais dos tempos e abraçar, de forma sempre nova, o mandato missionário que Jesus confiou à sua Igreja” enfatiza o documento que elege seis propostas de acção: a divulgação do documento com a síntese diocesana desta caminhada sinodal empreendida primeiro na diocese e depois em toda a igreja, refletindo sobre as suas conclusões nas várias instâncias paroquiais e pastorais; promover o alargamento deste debate a novas realidades territoriais como seja a reflexão inter-paroquial; aproveitar o espírito sinodal para a elaboração dos temas de formação para os grupos paroquiais e movimentos; criar Conselhos Pastorais Paroquiais onde não existem e revitalizar os já existentes; tornar mais ativos os Conselhos para os assuntos económicos e convocar movimentos, associações e conselhos paroquiais como expressão dum renovado espírito de comunhão sinodal.
O documento com as orientações diocesanas que agora é publicado, depois de vários pedidos de párocos e ouvidores, aponta ainda para a Jornada Mundial da Juventude como “um momento privilegiado de encontro com os jovens, um instrumento de evangelização do seu mundo e de diálogo com os mesmos”, particularmente a partir da dinâmica paroquial e de ilha, no período que precede a Jornada em Lisboa, agendada para agosto, entre 1 e 6.
“Não esqueçamos que «a Igreja tem tantas coisas para dizer aos jovens, e os jovens têm tantas coisas a dizer à Igreja»” refere o documento, citando o Papa Francisco.
“As Orientações Pastorais contidas nestas páginas pretendem ser um guia que apresente as motivações ideais e possíveis implementações práticas para que a JMJ diocesana/paroquial se torne uma oportunidade para trazer à tona o potencial para o bem, a generosidade, a sede de valores autênticos e grandes ideais que cada jovem carrega dentro de si”.
“Reiteramos o quanto é importante que as Igrejas particulares dediquem atenção especial à celebração da Jornada Diocesana/Paroquial da Juventude, para que ela possa ser devidamente valorizada. Investir nos jovens significa investir no futuro da Igreja, significa promover as vocações, significa iniciar efetivamente a preparação remota das famílias de amanhã”, refere-se ainda.
Com 59 páginas, este documento está dividido em temas, uns com uma reflexão nova, outros com documentos já publicitados anteriormente: A Diocese de Angra em Ordem a Uma Igreja Sinodal; Descrição do Processo de Recolha de Informação; Apresentação dos resultados; Visão da Igreja atual e propostas de mudanças; Orientações Pastorais para a Celebração da Jornada Mundial da Juventude nas Igrejas Particulares; As JMJ nas Igrejas particulares; A celebração da JMJ em nível local, Principais pontos da JMJ; O Protagonismo Juvenil; Mensagem anual do Santo Padre para a JMJ; Conclusão; Ano Litúrgico – Ano Pastoral; Calendário Diocesano 2022/2023 e Calendário geral.