Personalidades apontam D. José Policarpo como homem da sociedade e da Igreja

Pedro Mota Soares, Maria Barroso, Mota Amaral e Fátima Campos Ferreira lembram o cardeal patriarca emérito de Lisboa.

O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, lembrou hoje as capacidades de “partilha e entrega” de D. José Policarpo que “nunca abdicou” de valores essenciais.

 

“Um homem que procurava permanentemente conhecer o outro. Tinha uma enorme capacidade de partilha e entrega, nunca abdicando dos seus valores essenciais e nunca esquecendo a profunda necessidade de intervir pastoralmente”, afirmou o ministro, em representação do vice-primeiro-ministro que se encontra fora do país em serviço de Estado.

 

Para o ministro do Trabalho, que conheceu bem o cardeal patriarca e emérito e com ele diz ter aprendido “muitas coisas”, D. José era um homem de fé e um pastor da Igreja.

 

“ Um grande académico, um grande intelectual mas que acompanhou sempre pastoralmente as comunidades da Igreja”, frisou aos jornalistas, à entrada da Sé de Lisboa.

 

O ex-presidente da Assembleia da República Mota Amaral, sublinhou a marca que o cardeal deixa na Igreja.

 

“Uma pessoa de grande cultura, altíssima inteligência, espirito aberto aos nossos tempos, aos problemas da sociedade moderna. Deixou uma marca à frente da Igreja de Lisboa e à frente de vários mandatos na CEP”.

 

Maria Barroso, Presidente da Fundação Pro Dignitate – Fundação de Direitos Humanos, recorda “muito emocionada” a “grande figura da Igreja que extravasou os limites do país, com a sua cultura e o prestígio”.

 

“Como grande figura da Igreja não tinha receio de dizer o que pensava. É muito importante que haja pessoas deste estilo, para melhorar a sociedade em que vivemos”.

 

A jornalista da RTP, Fátima Campos Ferreira, destaca o filósofo que “fabricava de ideias próprias”.

 

“Ele pensava, nem que ficasse sozinho. Tinha uma capacidade intelectual, conseguia fazê-lo em profundidade e não se contagiava com o que é a expressão dominante. Conviver com uma pessoa assim marca muito”.

 

“Para nós que eramos amigos dele há uma perda irreparável. Era um bom amigo. Sei que era meu amigo e eu também era amiga dele”.

 

O cardeal faleceu esta quarta-feira, aos 78 anos, na sequência de problemas cardíacos, tendo o Governo decretado que hoje seja observado um dia de luto nacional.

 

A Missa exequial vai ser presidida por D. Manuel Clemente, sucessor de D. José Policarpo, a partir das 16h00, seguida de cortejo para o Panteão dos Patriarcas, no Mosteiro de São Vicente de Fora.

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