Dia 6 de Janeiro de 1914 foi a data em que a Sagrada Reserva Eucarística foi levada da igreja paroquial da Relva para a ermida de Nossa Senhora da Ajuda na Covoada. As celebrações são presididas pelo Bispo de Angra.
As paróquias da Relva e da Covoada, que integram uma das quatro zonas pastorais (zona poente) da Ouvidoria de Ponta Delgada, vão celebrar conjuntamente, no próximo dia 5 de janeiro, o centenário da passagem da Sagrada Reserva Eucarística da igreja paroquial da Relva para a ermida de Nossa Senhora da Ajuda na Covoada, onde ficou o sacrário.
“Trata-se de uma data histórica importante mas acima de tudo vamos encerrar o nosso Ano Eucarístico pois durante o ano da Fé o tema trabalhado por estas comunidades, de forma muito profunda, foi justamente o significado da eucaristia”, disse ao Portal da Diocese o responsável pelas duas paróquias, Pe José Constância.
O Ano Eucarístico desenrolou-se com várias iniciativas formativas, culturais e litúrgicas e terminará com a celebração da eucaristia no dia 5, presidida pelo Bispo de Angra, D. António de Sousa Braga e de uma procissão eucarística entre as duas freguesias, às 11h00.
“Estas paróquias têm trabalhado muito em conjunto, desde logo, para a organização destas festividades que assinalam o centenário mas, sobretudo, na resolução de muitos problemas comuns dada a sua proximidade geográfica”, adiantou ainda o sacerdote responsável pela organização e gestão destas duas paróquias vizinhas que há quatro anos a esta parte têm o mesmo pároco.
Aliás, a zona poente da ouvidoria de Ponta Delgada tem, pela primeira vez em muitos anos, a “felicidade” de ter apenas dois padres- um para Covoada e Relva e outro para Milagres e Saúde (Arrifes)- que acumulam cada um duas paróquias o que “traz vantagens do ponto de vista da vizinhança, da resolução dos problemas que são comuns e, sobretudo, do ponto de vista pastoral”, acrescentou José Constância.
Por causa deste trabalho tão próximo, nasceu mesmo uma equipa pastoral comum às duas paróquias da Relva e da Covoada, com membros de ambos os conselhos pastorais, o que até “pode servir como um bom ensinamento para outras situações que venham a ocorrer”, lembra José Constância.
“Muitas vezes há pequenos conflitos que vêm de trás, provocados por pequenas picardias políticas, históricas e culturais que são fortemente suavizadas pelo trabalho pastoral”, diz o pároco que é também o ouvidor de Ponta Delgada.
A designação do mesmo sacerdote para duas paróquias diferentes decorre, essencialmente, da escassez de padres mas a verdade, é que apesar de “ser muito exigente” também “tem muitas vantagens porque permite desenvolver uma pastoral de zona indo ao encontro daquilo que o Papa Francisco tem defendido e que se traduz na prática de um cristianismo missionário”, conclui José Constância.
De resto, esta tem sido a perspetiva da Diocese que tem procurado estimular o trabalho conjunto seja atribuindo duas paróquias ao mesmo sacerdote seja nomeando padres in solidum para várias paróquias, assumindo um deles o papel de moderador.