Maioria dos sacerdotes já tomou posse nas novas comunidades, que se querem “abertas” e com espírito de “verdadeira vizinhança”
A maioria das 165 paróquias que integram a Diocese de Angra está pronta para iniciar o novo pastoral, uma vez que os sacerdotes que as lideram já tomaram posse.
Hoje mesmo tomou posse o novo reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada. O Cónego Manuel Carlos Alves sucede ao cónego Adriano Borges, que é desde o inicio de setembro pároco da Matriz de São Sebastião em Ponta Delgada.
Da movimentação habitual de sacerdotes faltam ainda algumas tomadas de posse nas Flores e na Graciosa, onde os sacerdotes irão estar in solidum, em São Miguel, Faial e na Terceira. Nestas duas últimas ilhas apenas faltam tomar posse os párocos das Igrejas matrizes da Horta- Padre Marco Gomes, que será igualmente pároco dos Flamengos e Reitor da Igreja do Carmo- e da Praia da Vitória- o cónego Hélder Fonseca Mendes- respetivamente.
As colocações de sacerdotes para o próximo ano pastoral foram feitas em dois momentos: o primeiro visou sobretudo a nomeação de novos elementos da Cúria, ao nível dos vigários- nomeação de um vigário para o Clero e Formação e novo Vigário-geral- e também de um novo reitor para o Seminário Episcopal de Angra, com consequências na escolhas de novos párocos, nomeadamente para a Sé e para a Praia da Vitória, agora ocupadas pelo cónego Hélder Miranda Alexandre (ex reitor do Seminário) e pelo cónego Hélder Fonseca Mendes (antigo Vigário-geral). Já a segunda leva de nomeações deu seguimento ao normal movimento de padres que anualmente acontece numa diocese.
Destas escolhas, que envolveram cerca de meia centena de sacerdotes, resulta clara a vontade de criar “comunidades abertas à colaboração” de todos e à partilha de responsabilidades dos sacerdotes.
“Oxalá surjam paróquias mais abertas à colaboração com as vizinhas, onde se implementem novos estilos de evangelização e onde a corresponsabilidade e os ministérios laicais sejam cada vez mais visíveis e constitutivos da vida das comunidades”, referia D. Armando Esteves Domingues no decreto em que publica as nomeações para o ano pastoral de 2023/2024, fortemente marcado pela etapa romana do Sínodo sobre sinodalidade, e que “aponta a nomeações in solidum, ou equipas de padres para zonas pastorais”. A decisão do bispo é justificada por um sublinhado onde destaca dois anos pouco comuns na diocese sem que haja qualquer ordenação presbiteral.
“Começa a haver falta de padres para prover, como antes, às comunidades paroquiais” diz o bispo de Angra, que neste decreto deixa “o apelo a todo o Povo de Deus para que reze e se empenhe na promoção das vocações sacerdotais”.
O prelado não deixa de fazer um sublinhado acerca de alguns sacerdotes que se “voluntariaram” para o serviço em locais vistos como “mais difíceis”, o que “é causa de grande alegria”.
“Uma mudança não é promoção ou despromoção, favorecimento ou castigo. É como uma grande família. Todos somos chamados a olhar para o conjunto e ver como e onde é necessário servir. Obrigado!”, concluía o bispo.
(Noticia atualizada às 18h00 de hoje)