Ecónomo açoriano lembra que os dois anos afastaram fieis e consequentemente diminuiram os donativos à Igreja
A situação de muitas paróquias dos Açores é “difícil” por causa da diminuição acentuada das ofertas nas missas. A pandemia afastou os fieis da Igreja e mesmo com o regresso das festas de verão , este ano, já com alguma normalidade, as dificuldades não estão ultrapassadas, afirmou ao Igreja Açores o ecónomo, padre António Henrique Pereira, numa entrevista que vai para o ar este domingo no programa de rádio, na Antena 1 Açores e no rádio Clube de Angra, depois do meio dia.
“A pandemia foi um grande golpe nas nossas paróquias: o encerramento das igrejas e as restrições afastaram as pessoas, que ainda não regressaram. Isso fez diminuir as receitas de uma forma acentuada e as paróquias tiveram de recorrer às reservas” disse o sacerdote.
“Muitas paróquias estão numa situação um bocadinho difícil e a retoma deste verão ainda não repôs a normalidade” refere ainda o sacerdote que salienta que “as igrejas ainda estão desertas e se as pessoas não participam também não contribuem para a vida económica da Igreja”.
E acrescenta: “isso reflete-se nas paróquias e também nas contas da própria diocese que vive sobretudo dos contributos das paróquias que são enviados a cada quadrimestre. Por conseguinte, ao baixarem as receitas das paróquias baixam também os contributos para a diocese”.
Ainda assim, o padre António Henrique Pereira salienta que é preciso encarar a situação “como um desafio” reconhecendo, no entanto que, “diante das dificuldades muitos sacerdotes podem viver o desanimo”.
“É preciso olhar para os sacerdotes e estar atentos, pois muitas vezes o facto de vivermos sós ainda nos isola mais e os colegas nem se apercebem disso”, diz sublinhando que o apoio e o acompanhamento são “indispensáveis” diante das dificuldades que “criam problemas”.
A diocese de Angra tem 165 paróquias; durante a pandemia houve paróquias que recorreram a ajudas do estado para suportar os honorários dos sacerdotes.