Iniciativa, que é uma tradição do século XVI, começou este domingo
Os 7 Domingos em honra de São José, uma tradição do século XVI que precede o dia de São José a 19 de março, foi retomada na paróquia dos Cedros, na ouvidoria da Horta, ilha do Faial.
“Os Domingos de São José são uma tradição muito antiga que nós, motivados pelo ano de São José, decretado pelo Santo Padre, decidimos retomar. Cada domingo- já começou no domingo passado- vamos aproveitando para refletir e apresentar uma dimensão da vida de São José, não só ao longo destes domingos ,mas de todo o ano” refere o padre Bruno Rodrigues ao Igreja Açores.
Semanalmente, nesta paróquia rezar-se-á a oração ao pai de Jesus, Patrono da Igreja num ano em que São José vai ser um dos santos mais estudados e meditados na Igreja pelo facto do Papa Francisco ter declarado um ano Santo em honra dele.
Ao convocar este ano especial, Francisco sublinhou que a pandemia veio lembrar que quem habitualmente passa mais despercebido, tal como São José, é essencial para nos ajudar a sair da crise.
“Patris corde” (Com coração de Pai) é o título da Carta Apostólica do Papa Francisco, publicada por ocasião dos 150 anos da declaração de São José como Padroeiro da Igreja Universal.
“Depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo”, escreve o Papa Francisco. À semelhança dos anteriores pontífices, também o Papa argentino faz uma reflexão sobre o seu “santo preferido” para, diz ele, “deixar ‘a boca falar da abundância do coração’ (Mt 12, 34), para partilhar convosco algumas reflexões pessoais sobre esta figura extraordinária, tão próxima da condição humana de cada um de nós”, escreve Francisco.
Nesta carta apostólica, cimentada no contexto que vivemos, o Papa recorda “quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração” e como “todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e um guia nos momentos de dificuldade”.
Francisco escreve ainda que “São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de reconhecimento e gratidão”, reforça.
Esta Carta Apostólica inclui sete pontos de reflexão sobre a atualidade do exemplo de São José, valoriza a sua “coragem criativa, que o leva a transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência” e termina com um testemunho do próprio Francisco, sobre a confiança que deposita diariamente na intercessão deste santo.
A iniciativa da paróquia dos Cedros pretende prolongar-se ao longo de todo o ano e, segundo o padre Bruno Rodrigues, as reflexões em torno das diferentes dimensões da vida de São José serão partilhadas por várias paróquias da ilha do Faial.
“Temos procurado dinamizar nas primeiras quartas-feira de cada mês uma Eucaristia centrada na figura de São José. É um dia especialmente dedicado a esta devoção a que chamamos as `Quarta-feiras de São José´. E depois a cada dia 19, haverá uma catequese mais espiritual. A próxima será no dia 19 de fevereiro na paróquia de São Mateus, na Ribeirinha”.
Oração a São José, proclamada em todas as celebrações da paróquia dos Cedros, aos domingos
Pois sois santo sem igual e de Deus o mais honrado:
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Antes que tivésseis nascido, já fostes santificado, e ao eterno destinado para ser favorecido: nascestes de linhagem e sangue real.
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Vossa vida foi tão pura que, depois de Maria, o mundo não viu mais santa criatura; e assim foi a vossa ventura entre todos sem igual.
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Vossa santidade declara aquele caso soberano, quando em vossa santa mão floresceu a seca vara; e para que ninguém duvidasse, fez o Céu esse sinal.
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
À vista desse milagre, todos vos respeitavam e felicitavam com alegria e contentamento pelo casamento com a Rainha Celestial.
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Com júbilo recebestes a Maria por esposa, Virgem pura, santa, com a qual feliz vivestes, e por Ela conseguisteis dons e luz celestial.
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Ofício de carpinteiro exercitastes em vida, para ganhar a comida a Jesus, Deus verdadeiro, e para a vossa Esposa, luzeiro, companheira virginal.
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
A vós e Deus deram-se mutuamente com terno amor: Vós lhe destes o suor, e Ele vos deu a vida imortal.
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Vós fostes a concha fina onde se conservou inteira a pureza daquela Pérola Divina, vossa Esposa e Mãe digna, a qual nos tirou do mal.
Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Primeiro Domingo
A dor: Quando estava disposto a repudiar a sua Imaculada esposa.
A alegria: Quando o Arcanjo lhe revelou o sublime mistério da encarnação.
Oh! castíssimo esposo de Maria, glorioso São José, que aflição e angustia a do vosso Coração na perplexidade em que estáveis sem saber se devíeis abandonar ou não a vossa esposa sem mancha! mas qual não foi também a vossa alegria quando o Anjo vos revelou o grande mistério da Encarnação!
Por essa dor e esta alegria vos pedimos consoleis o nosso Coração agora e nas nossas últimas dores, com a alegria de uma vida justa e de uma santa morte semelhante à vossa, assistidos por Jesus e de Maria.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória…