Párocos terão “um papel fundamental no alimentar da chama que ateamos durante o CPM”, diz Berta Melo

46 casais participaram no primeiro Curso de Preparação para o Matrimónio da ilha Terceira neste novo ano pastoral

46 casais, que em breve irão celebrar o seu matrimónio, estiveram reunidos no Seminário de Angra durante este fim de semana no primeiro Curso de Preparação para o Matrimónio (CPM) realizado na ilha Terceira neste ano pastoral.

“Ficámos muito satisfeitos e seguramente muito do que aqui foi dito ser-nos-á muito útil no futuro, seja como casal seja como educadores dos nossos filhos” disse ao Sítio Igreja Açores Manuel Pires, um dos membros de um dos casais.

Desde sexta feira que os oito grupos de casais trabalharam vários temas que fazem parte do Guia dos diálogos que é seguido nos CPM´s a nível nacional. Os temas são preparados pelos casais que formam as equipas e que deixam o seu testemunho. Muitos deles fizeram a sua preparação previamente através de uma “revisão de vida em casal” para perceberem em quais dos temas podem constituir uma mais valia para os futuros casais que agora pedem este sacramento à Igreja.

“Sentimos que cada vez há mais gente a fazê-lo; vê-se que querem contrair matrimónio, querem seguir o exemplo dos pais e até têm Deus nas suas vidas. O que infelizmente persiste é a falta de vontade para assumir compromissos mais duradoiros com a Igreja” refere Berta Melo que orientou com o marido um dos temas deste CPM.

“Temos de ser capazes de ultrapassar isto porque precisamos de gente nova e os párocos em cada paróquia são indispensáveis e fundamentais para alimentar esta chama que nós acendemos”, refere ainda a dirigente.

Um pedido que o Papa Francisco tem feito reiteradamente, desafiando os sacerdotes a acompanharem os casais das suas comunidades, em todas as situações em que estes se possam encontrar.

“Ninguém melhor do que os párocos está em contacto com a realidade do tecido social no território, experimentando a sua variada complexidade: uniões celebradas em Cristo, uniões de facto, uniões civis, uniões falhadas e jovens felizes e infelizes”, declarou, num discurso divulgado pela Santa Sé depois de um curso realizado já este ano pela Rota Romana.

O Papa recordou, então, que são os párocos os responsáveis pelas comunidades católicas os “primeiros interlocutores” dos jovens que se desejam casar, pedindo que procurem sempre anunciar que “o matrimónio entre um homem e uma mulher é sinal da união esponsal entre Cristo e a Igreja”.

“Tal testemunho é realizado concretamente quando preparam os noivos para o matrimónio, tornando-os conscientes do significado profundo do passo que vão dar”, acrescentou.

Francisco sugeriu uma atenção particular, com “escuta e compreensão”, aos que vivem uma união que não é um “verdadeiro matrimónio sacramental” e querem deixar essa situação.

“Da mesma forma, façam-se próximos, com o estilo próprio do Evangelho – no encontro e no acolhimento – dos jovens que preferem conviver sem se casarem. Eles, do ponto de vista espiritual e moral, estão entre os pobres e os pequenos para os quais a Igreja quer ser mãe que não abandona”, referiu ainda.

“Que bom seria ter esta gente a trabalhar connosco… eu acho que saíram entusiasmados. Agora é preciso agarra-los e isso é função dos párocos nas diferentes paróquias”, disse Berta Melo que sublinhou também a importância desta semente para a participação dos jovens noutros movimentos da Igreja, nomeadamente as Equipas de Nossa Senhora.

O CPM é um movimento da Igreja que tem como objectivo dedicar-se à preparação dos noivos para o Matrimónio.

Tem como finalidade promover sessões com pedagogia e metodologia própria, baseadas na revisão de vida e testemunho vivencial (…), apoiados na reflexão e no diálogo conjugais. Pretende ajudar os noivos a preparar o seu matrimónio, reflectir sobre o seu noivado e dialogar sobre a validade das suas ideias e dos seus comportamentos.

 

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