De regresso ao continente africano o santo Padre deixa críticas à guerra e à exploração dos seres humanos
O Papa disse hoje na capital do Sudão do Sul que a Igreja tem o dever de “erguer a voz” contra a violência e a injustiça, falando a membros do clero e de institutos religiosos, no mais jovem país africano.
“Também nós somos chamados a erguer a voz contra a injustiça e a prevaricação, que esmagam as pessoas e se valem da violência para, à sombra dos conflitos, melhor gerir os próprios negócios”, denunciou, na Catedral de Santa Teresa, em Juba.
No segundo discurso da sua “peregrinação ecuménica pela paz”, iniciada esta sexta-feira, Francisco sublinhou que os responsáveis católicos “não podem permanecer neutrais face ao sofrimento provocado pela injustiça e as violências”.
Antes o Papa esteve na República Democrática do Congon onde repetiu apelos à paz e ao fim da exploração, por interesses internos e exteriores, que compromete o futuro do país africano.
“Não podemos habituar-nos ao sangue que, há décadas, corre neste país, ceifando milhões de vidas, sem que muitos o saibam. Que seja conhecido tudo o que acontece aqui”, disse, no primeiro discurso pronunciado em Kinshasa.
Numa intervenção particularmente crítica, Francisco dirigiu-se diretamente à comunidade internacional: “Tirem as mãos da República Democrática do Congo, tirem as mãos da África! Chega de sufocar a África!”.