O Papa destacou em Roma a urgência de “colocar a tecnologia ao serviço dos mais pobres”, durante a abertura do 42.º encontro anual do Conselho Diretivo do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), das Nações Unidas.
Na sua mensagem, publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, Francisco lembrou “a multitude de irmãos e irmãs”, de pessoas carenciadas, que hoje “estão em sofrimento no mundo”, sem verem atendidos “os seus gritos e necessidades”.
O Papa argentino apelou à consciência da comunidade internacional, sobretudo para problemáticas como “a poluição do ar e das águas”, a “delapidação dos recursos naturais”, a falta de “infraestruturas de saúde” e de “habitação” para todos, questões que têm influência decisiva na “situação precária” em que muitas pessoas se encontram.
Para Francisco, é fundamental uma maior “determinação no combate contra a pobreza e a fome”, e a “comunidade internacional”, sobretudo quem “tem maiores recursos”, deve estar mais empenhada nesse sentido, “não fugindo às suas responsabilidades” mas procurando “soluções reais e concretas”.
Neste esforço de atender às necessidades das populações mais carenciadas – e aqui recordou de modo particular as mais de 820 milhões de pessoas que passam fome ou sofrem de subnutrição – o Papa destacou o papel decisivo da ciência e da tecnologia.
Francisco frisou a urgência de promover uma “ciência com consciência”, que “coloque a tecnologia ao serviço dos mais pobres”.
O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola é a agência das Nações Unidas dedicada à erradicação da pobreza e da fome nos países mais subdesenvolvidos.
Em conjunto com os governos locais, aquele organismo desenvolve e financia projetos que têm como objetivo apoiar e capacitar as populações mais carenciadas, sobretudo nas zonas rurais.
O 42.º encontro anual do Conselho Diretivo do FIDA, que decorre em Roma, tem como tema “Inovações e empreendedorismos no mundo rural”.
Numa alusão a esta temática, o Papa salientou que “as novas tecnologias não devem surgir como contraponto às culturas locais e aos conhecimentos tradicionais” mas sim servir como “um complemento e atuar em sinergia com todas elas”.
Francisco frisou ainda que os objetivos da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030, que têm no centro “a erradicação da pobreza, a luta contra a fome e a promoção da autonomia alimentar para todos” só poderá “ser alcançada” precisamente “através do desenvolvimento rural local”.
“É paradoxal que boa parte das 820 milhões de pessoas que sofrem de fome de subnutrição no mundo vivam em zonas rurais e se dediquem à produção de alimentos, à agricultura”, apontou o Papa.
O Papa argentino concluiu a sua mensagem com um apelo a todos os responsáveis do FIDA, para que através do seu trabalho a humanidade “possa ver a derrota total da fome e o início de uma era de justiça e prosperidade”.
“Que o vosso trabalho, as vossas noites sem dormir e as vossas decisões sejam em benefício dos descartados e das vítimas da indiferença e do egoísmo”, completou.
(Com Ecclesia)