Papa saúda libertação de reféns e pede diálogo entre Israel e Palestina

 

O Papa saudou hoje a libertação de reféns Israel e Palestina, apelando ao diálogo entre as duas partes, para se chegar à paz.

“Hoje agradecemos a Deus, porque há finalmente uma trégua entre Israel e Palestina e alguns reféns foram libertados, finalmente”, referiu, numa intervenção lida por monsenhor Paolo Luca Braida, de Secretaria de Estado do Vaticano.

Francisco recitou a oração do ângelus desde a capela da Casa de Santa Marta, onde reside, no Vaticano, devido ao problema de saúde que levou ao cancelamento da sua agenda no sábado.

O momento de oração foi transmitido ao vivo através da internet e nos ecrãs da Praça de São Pedro.

“Rezemos para que todos sejam libertados, o mais rapidamente possível. Pensemos nas suas famílias”, pediu a intervenção.

O Papa apelou para que entrem em Gaza “mais ajudas humanitárias e que se insista no diálogo, o único caminho para se chegar à paz”.

“Quem não quer dialogar não quer paz”, advertiu.

Na última semana, Israel e Palestina acordaram, com a mediação do Egito, Qatar e EUA, trocar 50 reféns israelitas por 150 prisioneiros palestinianos, durante uma trégua de quatro dias que vai permitir a entrada diária de 200 camiões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Um ataque do movimento islamita Hamas, a 7 de outubro, fez 1200 mortos em território israelita, mantendo em seu poder mais de 200 reféns.

A retaliação israelita, na Faixa de Gaza, provocou mais de 14 mil mortes e 1,7 milhões de deslocados.

Foto: Lusa/Ecclesia

O Papa recitou hoje a oração do ângelus desde a capela da Casa de Santa Marta, onde reside, no Vaticano, devido ao problema de saúde que levou ao cancelamento da sua agenda no sábado.

“Queridos irmãos e irmãs, bom domingo. Hoje não posso ir à janela [do Palácio Apostólico] porque tenho este problema de inflamação nos pulmões”, indicou, sentado ao lado de monsenhor Paolo Luca Braida, de Secretaria de Estado do Vaticano, responsável pela elaboração dos esboços de várias intervenções papais.

O momento de oração foi transmitido, ao vivo, através da internet e nos ecrãs da Praça de São Pedro.

“Muito obrigado pela vossa presença”, disse aos peregrinos.

Francisco, que completa 87 anos de idade a 17 e dezembro, foi internado a 29 de março deste ano, por causa de uma infeção respiratória, tendo sido ainda submetido, este ano, a uma operação por causa de uma hérnia abdominal, no último dia 7 de junho.

O portal de notícias do Vaticano fala numa medida de “precaução”, já após ter indicado, este sábado, que o Papa foi afetado pela alterações no estado do tempo que se verificam em grande parte de Itália, “com temperaturas de pleno inverno” e o “relativo aumento de doenças sazonais”.

Durante a tarde Francisco foi “submetido a uma tomografia computadorizada (TAC)” no Hospital Gemelli Isola, nova unidade de saúde no centro de Roma, para “descartar o risco de complicações pulmonares”.

O exame “deu resultado negativo” quanto a eventuais complicações, tendo o Papa regressado à sua residência, Casa de Santa Marta.

Após evocar as guerras na Ucrânia e na Terra Santa, a intervenção confirmou a intenção do Papa de se deslocar aos Emirados Árabes Unidos para intervir, no sábado, durante a COP28, no Dubai.

“Além da guerra, o nosso mundo está ameaçado por um outro grande perigo, o climático, que coloca em perigo a vida na terra, especialmente a das gerações futuras. E isto é contrário ao projeto de Deus, que criou tudo para a vida”, alertou.

Francisco quis agradecer a todos os que vão acompanhar esta viagem “com as suas orações e com o compromisso de levar a peito a salvaguarda da casa comum”.

A reflexão dominical aludiu ao último domingo do ano litúrgico, a solenidade Cristo-Rei, destacando que os critérios da realeza de Jesus são diferentes das ambições de poder e de fama.

“Ele é um Rei sensível ao problema da fome, à necessidade de uma casa, à doença e à prisão”, observou, na reflexão lida por mons. Braida.

A intervenção evocou ainda a celebração do 38.º Dia Mundial da Juventude, que se assinaça hoje a nível diocesano.

O Papa abençoou todos os que participam nas “iniciativas promovidas nas dioceses, em continuidade com a JMJ de Lisboa”.

“Abraço os jovens, presente e futuro do mundo, encorajando-os a serem protagonistas alegres da vida da Igreja”.

Francisco, que recitou as fórmulas da oração do ângelus, tomou o microfone para deixar os habituais votos de “bom domingo”.

“Por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até à próxima”, concluiu, numa intervenção recebida pelos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro com gritos de “viva o Papa”.

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