170 pessoas morreram, ao tentar chegar à Europa
O Papa recordou hoje no Vaticano as 170 vítimas dos mais recentes naufrágios no Mediterrâneo, rezando pelos mortos e também por quem tem responsabilidade nestas tragédias.
“Penso nas 170 vítimas, dos naufrágios no Mediterrâneo. Procuravam um futuro para a sua vida… Vítimas, talvez, de traficantes de seres humanos: rezemos por eles e pelos que têm responsabilidade pelo que aconteceu”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus.
Francisco, visivelmente emocionado, recitou uma Ave-Maria com todos os presentes pelos migrantes desaparecidos esta sexta-feira após um naufrágio a 50 milhas da costa da Líbia, incluindo um bebé de dois meses, na sua maioria pessoas provenientes da Nigéria, Camarões, Gâmbia, Costa do Marfim e Sudão.
Horas antes, um outro naufrágio, na costa espanhola, terá provocado a morte de 53 migrantes africanos, tendo sido apenas resgatada uma mulher com vida.
Francisco disse aos peregrinos e visitantes reunidos na Praça de São Pedro que tinha “duas grandes dores” no coração, falando, além do Mediterrâneo, do recente atentado que provocou mais de 20 mortos e quase 70 feridos em Bogotá.
“Desejo assegurar a minha proximidade ao povo colombiano, após o grave atentado terrorista da última quinta-feira, na Escola Nacional da Polícia. Rezo pelas vítimas e os seus familiares, e continuo a rezar pelo caminho da paz na Colômbia”.
O governo colombiano responsabilizou a guerrilha do Exército de Libertação Nacional pelo ataque à principal academia de polícia do país.
Entretanto, o Papa associou-se hoje no Vaticano ao primeiro Dia Internacional da Educação, promovido pelas Nações Unidas, que se vai assinalar a 24 de janeiro, pedindo que este trabalho seja feito sem “colonizações ideológicas”.
“Encorajo, neste âmbito, o esforço da UNESCO para fazer crescer a paz no mundo, através da educação, e desejo que esta seja tornada disponível a todos e que seja integral, livre de colonizações ideológicas”, disse, falando aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, após a recitação da oração do ângelus.
Francisco deseja que esta jornada sirva para “evidenciar e promover o papel essencial da educação no desenvolvimento humano e social”.
“Uma oração e uma felicitação para todos os educadores e educadoras: bom trabalho”, acrescentou.
O Papa recordou ainda o Dia Mundial de Luta contra a Lepra, que se vai assinalar no próximo domingo, ao saudar ao Associação Italiana dos Amigos de Raoul Follereau e as pessoas afetadas pela doença, bem como os que estão junto delas, “no caminho da cura e do resgate humano e social”.
A catequese inicial, desde a janela do apartamento pontifício, centrou-se no episódio das ‘Bodas de Caná’, a passagem do Evangelho segundo São João que relata o primeiro milagre de Jesus, ao transformar água em vinho.
Francisco convidou os católicos a confiar os seus problemas à Virgem Maria, que intercederá junto de Jesus, como aconteceu no relato do Evangelho proclamado hoje nas comunidades católicas de todo o mundo.
“Quando estamos em situações difíceis, quando surgem problemas que não sabemos como resolver, quando, muitas vezes, sentimos ansiedade e angústia, quando nos falta alegria, vamos a Maria e digamos: ‘Não temos vinho. O vinho acabou: olha como eu estou; olha para o meu coração, olha para a minha alma’. Digam-no à Mãe. Ela irá até Jesus e dirá: ‘Olha para ele, olha para ela: eles não têm vinho’. Depois, ela virá até nós e dirá: Fazei o que Ele vos dizer”, declarou, numa passagem improvisada da sua intervenção.
“Servir o Senhor significa escutar e pôr em prática a sua palavra. É a recomendação simples e essencial da Mãe de Jesus, é o programa de vida do cristão”, acrescentou o Papa.
(Com Ecclesia e Vatican News)