Papa reza pela paz na Ucrânia e a “reconciliação das nações”

O Papa apelou hoje no Vaticano à oração pelo fim da guerra e a “reconciliação das nações”, falando aos peregrinos reunidos para a audiência pública semanal.

“Ontem [24 de maio] celebramos a memória da bem-aventurada Virgem Maria Auxiliadora. Nas nossas orações, confiemos-lhes, de modo particular, o desejo de paz da Ucrânia e do mundo inteiro”, pediu Francisco.

“Que a Mãe de Deus nos ensine a ser solidários com quem é provado pela tragédia da guerra e obtenha a reconciliação das nações”, acrescentou.

Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, onde chegou sentado no papamóvel, o pontífice apontou o dedo a uma “desmoralização coletiva do sentido, do amor, do bem”, fruto do que denominou como “sociedade do cansaço”.

“Deveríamos produzir bem-estar generalizado e toleramos um mercado cientificamente seletivo da saúde. Deveríamos colocar um limite intransponível à paz, e vemos surgir guerras cada vez mais impiedosas contra pessoas indefesas. A ciência avança, é claro, e isso é um bem. Mas a sabedoria da vida é algo completamente diferente”, advertiu.

Comentando a passagem inicial do livro bíblico do Eclesiastes (Qohélet) – “tudo é vaidade” [ilusão, numa tradução livre] – , Francisco destacou que, perante a finitude humana, “o caminho da indiferença pode parecer o único remédio para uma dolorosa desilusão”, dando origem a uma “nova razão cínica, que soma conhecimento e irresponsabilidade”, com uma falsa concepção da verdade.

“Nesta sua forma – camuflada em cientificidade, mas também muito insensível e muito amoral – a moderna busca da verdade foi tentada a deixar de lado a sua paixão pela justiça. Já não acredita no seu destino, na sua promessa, na sua redenção”, precisou.

O Papa alertou para as consequências de um conhecimento da vida que “se afasta da paixão pela justiça, da qual é garante o julgamento de Deus”.

“É curioso: nessa cultura do saber, do conhecimento de todas as coisas, até da precisão do conhecimento, muitos rituais mágicos espalharam-se, mas uma feitiçaria culta. É uma feitiçaria com uma certa cultura, mas que leva a uma vida de superstição”, prosseguiu.

No final da audiência, Francisco deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa.

“Quando o Filho de Deus veio entre nós, encontrou disponível o coração da Virgem Imaculada. Ela vivia como todas as mulheres do seu tempo, mas, na vida simples de cada dia, estava à disposição do Senhor. Peçamos ao Espírito Santo o dom da docilidade à vontade de Deus. Sobre todos desça a bênção do Senhor”, declarou.

(Com Ecclesia)

Scroll to Top