Papa renova o convite para a participação na JMJ Lisboa 2023 e pede aos jovens que rejeitem o conformismo

O Papa Francisco renovou hoje o convite aos jovens para participarem na Jornada Mundial da Juventude, em agosto de 2023, desafiando-os a ser “verdadeiramente transgressores” e construtores de “sonhos de paz”.

“Hoje precisamos de jovens que sejam verdadeiramente transgressores. Não conformistas. Que não sejam escravos dos telefones, mas mudem o mundo como Maria, levando Jesus aos outros, tratando dos outros, construindo comunidades fraternas com os outros, realizando sonhos de paz”, afirmou o Papa no fim da Missa na catedral de Asti, no norte de Itália.

Francisco esteve este sábado e domingo na região do Piemonte, na terra natal dos pais, para visitar familiares, nomeadamente uma prima que celebrou 90 anos, e presidiu à Missa na catedral de Asti, onde rezou a oração mariana do ângelus.

O Papa lembrou que, desde 2021, se assinala na Solenidade de Cristo Rei, que hoje se celebra, a Jornada Mundial da Juventude em todas as dioceses do mundo.

“O tema é o da próxima da Jornada Mundial da Juventude, de Lisboa, que renovo o convite a participar, que é “Maria levantou-se e partiu apressadamente”, afirmou.

Francisco disse que “o segredo para permanecer jovem” está nestes nos verbos “levantar-se e a andar”, que devem motivar cada um a “não ficar parado a pensar em si mesmo”, antes a “colocar-se a caminho” e “estender a mão aos necessitados”

Na mensagem antes da oração mariana do ângelus, o Papa lembrou que a atualidade está a “viver uma carestia de paz” e pediu aos presentes para pensar nos “muitos lugares do mundo em guerra, em particular a martirizada Ucrânia”.

“Vamos continuar a rezar pela paz”, insistiu o Papa.

Francisco recordou também as “vítima dos incêndios, nos últimos dias, no campo de refugiados em Gaza, na Palestina, onde perderam a vida várias crianças”.

“Que Deus acolha no céu os que perderam a vida e console as populações, tão provadas por tanto tempo”, afirmou.

O Papa Francisco presidiu de manhã à Missa na catedral de Asti, terra natal dos pais, para “reencontrar o sabor das raízes”, onde desafiou os cristãos ao “‘sim’ da oração e do serviço”.

“Daqui, destas terras, emigrou o meu pai para a Argentina; e vim a estas terras, preciosas pelos bons produtos do solo e sobretudo pela genuíno trabalho da gente, para reencontrar o sabor das raízes”, afirmou o Papa no início da homilia.

No dia em que a liturgia católica celebra a Solenidade de Cristo Rei, o Papa disse que a realeza de Cristo não parte de um “trono confortável”, mas da Cruz “de braços abertos” para “abraçar toda a realidade”.

“Eis o nosso Rei, Rei do universo, porque atravessou os confins mais remotos do humano, entrou nos buracos negros do ódio e do abandono para iluminar cada vida e abraçar toda a realidade”, referiu o Papa.

Francisco denunciou os “espectadores perto da cruz”, que assistem “ao espectáculo cruento” e permanecem na “indiferença para com Jesus”, hoje traduzida  na indiferença para com “os doentes os pobres, os miseráveis”.

“Trata-se de um risco que corre também a nossa fé, que definha se permanecer uma teoria sem se fazer vida prática, se não houver envolvimento, se não nos gastarmos pessoalmente, se não nos comprometermos. Então tornam-se cristãos de fachada, água de rosa, como ouvi na minha casa, que dizem acreditar em Deus e querer a paz, mas não rezam nem cuidam do próximo”, sublinhou.

Diante de diagnósticos do que está errado “na sociedade, no mundo, até na Igreja”, o Papa disse que há quem ponha as “mãos na massa” como Deus “pregado no madeiro” e outros que ficam “a olhar com as mãos nos bolsos”

“Vemos as crises de hoje, o declínio da fé, a falta de participação… E que fazemos? Limitamo-nos a fazer teorias, a criticar, ou arregaçamos as mangas, comprometemo-nos na vida, passamos do «se» das desculpas ao «sim» da oração e do serviço?”, questionou o Papa, no fim da homilia, na catedral da Asti,

O Papa termina a visita à região da terra natal dos pais esta tarde, de onde regressa ao Vaticano pelas 16h00 (menos uma em Lisboa).

Francisco chegou esta sábado à localidade de Portacomaro, no norte de Itália, para visitar a prima Carla Rebezzana que celebrou recentemente 90 anos, e, de tarde, visitou a casa de repouso da localidade e depois encontrou-se com outros parentes na localidade de Tigliole, onde reside outra prima, Delia Gai.

(Com Ecclesia)

 

 

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