O Papa disse hoje no Vaticano que a Igreja Católica deve ser uma “tenda” de portas abertas, que se alarga para dar espaço a todos.
“A Igreja não é uma fortaleza, mas uma tenda, capaz de alargar o seu espaço e dar espaço de alargar o seu espaço, para que todos entrem, para dar acesso a todos. A Igreja ou é em saída ou não é Igreja”, advertiu, na audiência pública semanal.
“É uma Igreja com as portas abertas, sempre de portas abertas”, acrescentou, perante milhares de peregrinos e visitantes reunidos na Praça de São Pedro.
A intervenção evocou a experiências das primeiras comunidades cristãs, relatadas no livro bíblico dos Atos dos Apóstolos, quando o anúncio de Jesus saiu do âmbito do mundo judaico e se estendeu aos “pagãos”.
“Esta novidade de abertura desencadeou uma controvérsia: alguns judeus afirmavam a necessidade da circuncisão para a salvação”, recordou Francisco.
Perante uma questão teológica “muito delicada”, indicou o Papa, os primeiros discípulos encontraram “um caminho comum”, após o debate, em Jerusalém.
“O método eclesial para a resolução de conflitos baseia-se sobre o diálogo, feito de escuta atenta e paciente, e no discernimento, cumprido à luz do Espírito”, acrescentou.
A poucos dias do encerramento do primeiro Sínodo especial para a Amazónia (6-27 de outubro), Francisco sustentou que “a sinodalidade é o método eclesial para refletir e debater”.
“Peço ao Senhor que reforce em nós e em todos os cristãos, especialmente nos bispos e presbíteros, o desejo e a responsabilidade pela comunhão, o diálogo e o encontro com todos os irmãos, sem exceção, para manifestar a fecundidade da Igreja, chamada a ser mãe feliz de muitos filhos”, declarou.
No final da audiência geral, o Papa saudou os diversos grupos oriundos de Portugal e do Brasil.
“Possa a vossa peregrinação a Roma ajudar-vos a estar prontos a fazer parte da Igreja em saída, dando um testemunho alegre do Evangelho e do amor de Deus por todos os seus filhos. A Virgem Santa vos guie e proteja”, desejou.
As saudações estenderam-se aos grupos da Polónia, em particular aos organizadores de uma mostra na Universidade Gregoriana (Roma) sobre o cardeal Adam Kozlowiecki, prisioneiro em Auschwitz e Dachau, durante a II Guerra Mundial, antes de ter sido missionário na Zâmbia.
Francisco recordou ainda a memória litúrgica de São João Paulo II, que se celebrou esta terça-feira, com um apelo a todos os presentes: “Imitemos este mestre de fé e de vida evangélica, exemplo de amor a Cristo e ao homem”.
(Com Ecclesia e Vatican News)