O Papa recordou hoje no Vaticano a “histórica” viagem ao Iraque, denunciando as consequências da guerra e do terrorismo, para as quais pediu uma resposta de “fraternidade”.
“A guerra é sempre o monstro que, na medida em que os tempos mudam, se transforma e continua a devorar a humanidade. Mas a resposta à guerra não é outra guerra; a resposta às armas não são outras armas”, disse, na audiência geral transmitida desde a biblioteca do Palácio Apostólico.
“Quem vende hoje as armas aos terroristas, que fazem atentados noutros locais, como em África, por exemplo?”, acrescentou Francisco.
A intervenção passou em revista os vários momentos da viagem que levou o Papa ao Iraque, de 5 a 8 de março, destacando os encontros com a população local e os momentos de oração com representantes de várias religiões.
“A resposta é a fraternidade. Eis o desafio para o Iraque, mas não só: é o desafio para muitas regiões de conflito e, definitivamente, para o mundo inteiro. A fraternidade. Seremos capazes de fazer fraternidade entre nós, de uma cultura de irmãos?”, declarou.
“O povo iraquiano tem o direito de viver em paz, tem o direito de voltar a encontrar a dignidade que lhe pertence”.
Francisco recordou que a viagem ao Iraque era um “projeto de São João Paulo II” e que “nunca antes um Papa tinha estado na terra de Abraão”.
“A Providência quis que isto acontecesse agora, como sinal de esperança, após anos de guerra e terrorismo e durante uma dura pandemia”, apontou.
O Papa falou num sentimento de “gratidão” pela visita, evocando em particular o “encontro inesquecível” com o grande aiatola Al-Sistani, na sua residência em Najaf.
A intervenção homenageou o “povo martirizado” e a “Igreja mártir” do Iraque, país onde continuam abertas as “feridas da destruição”.
“A ocupação do Estado Islâmico provocou a fuga de milhares de habitantes, entre os quais muitos cristãos de diferentes Confissões e de outras minorias perseguidas, especialmente os yazidi”, assinalou.
Francisco destacou os convites feitos pelos muçulmanos para que os cristãos regressem às suas casas.
“Juntos, restauram igrejas e mesquitas. Fraternidade, ali”, apontou.
O Papa deixou ainda uma mensagem aos emigrantes iraquianos, para que mantenham a esperança, e um convite: “Se puderdes, regressai”..
“Deus, que é paz, conceda um futuro de fraternidade ao Iraque, ao Médio Oriente e ao mundo inteiro”, concluiu.
Após a reflexão, Francisco deixou uma saudação aos ouvintes de língua portuguesa.
“Peço que se unam a mim na gratidão a Deus por esta viagem ao Iraque e na oração pela paz e a fraternidade universal”, apelou.
(Com Ecclesia)