O Papa chegou este domingo ao aeroporto internacional de Edmonton, para dar início à sua primeira visita no Canadá, uma “peregrinação penitencial” que visa promover a reconciliação com os povos indígenas.
Francisco foi acolhido pela governadora-geral do Canadá, Mary May Simon, o primeiro-ministro Justin Trudeau, lideranças indígenas, autoridades civis e eclesiásticas, após um voo de mais de 8400km e 10 horas, desde Roma.
A cerimónia de boas-vindas decorreu ainda no aeroporto, onde representantes das comunidades indígenas entoaram cantos com instrumentos tradicionais.
O Papa vai ficar instalado no Seminário de São José, seguindo esta segunda-feira para a localidade de Maskwacis, a cerca de 100 quilómetros de distância, para um encontro com membros das Primeiras Nações, Métis e Inuítes.
Acompanhado por sons de tambores, Francisco faz uma visita “estritamente privada” ao cemitério local, antes de discursar perante uma delegação de lideranças indígenas de todo o país.
Os povos que habitam o território do Canadá há milhares de anos incluem três grandes grupos: as Primeiras Nações, os Métis e os Inuítes, com várias tradições e línguas.
As Primeiras Nações representam a comunidade indígena predominante do Canadá, na parte sul do território do país; os Inuítes fazem parte de um dos principais grupos que habitam a zona ártica, popularmente conhecidos como esquimós; e os Métis (mestiços), no extremo oeste do Canadá, são descendentes da união entre indígenas e europeus.
De tarde, Francisco desloca-se à Igreja do Coração de Jesus das Primeiras Nações, onde abençoa uma imagem de Santa Kateri Tekakwitha, a primeira nativa da América do Norte canonizada pela Igreja Católica.
O portal ‘Vatican News’ vai transmitir os eventos ao vivo e o Governo do Canadá financiou um projeto para oferecer a interpretação simultânea dos eventos na língua de 12 povos indígenas: Algonquin, Atikamekw, Cree (do leste e da planície), Dene, Innu, Inuktitut, Michif, Mi’kmaw, Mohawk, Ojibway e Witsuwet’in.
A viagem acontece apesar dos problemas de saúde que afetam o Papa e que o obrigaram, no início do mês, a cancelar a deslocação programada à República Democrática do Congo e Sudão do Sul.
(Com Ecclesia)