Francisco diz que o casamento exige «percurso de amadurecimento» e conhecimento recíproco, sem «queimar» etapas
O Papa apelou hoje no Vaticano à revalorização do tempo de noivado, que apresentou como um “percurso de amadurecimento” para o Matrimónio, sem “queimar” etapas.
“Não há casamento ‘expresso’, é preciso trabalhar sobre o amor, é preciso caminhar. A aliança do amor do homem e da mulher aprende-se e afina-se”, referiu, na audiência pública desta semana que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
Francisco sublinhou que a Igreja Católica distingue o tempo do noivado do casamento, convidando os fiéis e a sociedade em geral a “não desprezar de ânimo leve este sábio ensinamento”.
“Os símbolos fortes do corpo têm as chaves da alma: não podemos tratar os laços da carne com ligeireza sem abrir feridas duradouras no espírito”, alertou.
A intervenção assinalou que a cultura e a sociedade atuais se tornaram “indiferentes” à “delicadeza e à seriedade” deste ensinamento, criando ainda obstáculos “mentais e práticos” aos jovens casais que querem ter filhos.
Após ter percorrido a Praça de São Pedro no papamóvel, saudando os presentes, Francisco prosseguiu o seu ciclo de catequeses sobre a família, afirmando que o “fazer de duas vidas uma só vida é também um milagre da liberdade e do coração, confiado à fé.”
“O noivado põe à prova a vontade de guardar algo que nunca deverá ser comprado ou vendido, atraiçoado ou abandonado por mais atraente que possa ser a oferta”, observou.
A propósito, falou dos Cursos de Preparação para o Matrimónio, que muitos casais acreditam ser inúteis, mas que lhes oferecem uma oportunidade, “muitas vezes única”, para refletir sobre sua experiência.
Após a catequese, o Papa deixou uma saudação aos vários grupos presentes, incluindo os peregrinos de língua portuguesa, pedindo que se apercebam do “do dom maravilhoso que é a vida”.
“Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria e vos ajude a ser sinal de confiança e esperança no meio dos vossos irmãos. Sobre vós e vossas famílias desça a bênção de Deus”, concluiu.
CR/Ecclesia