O Papa Francisco pediu hoje no Vaticano que os padres tenham a coragem de “sair” para levar a Eucaristia às pessoas afetadas pela epidemia do Covid-19.
“Rezemos ao Senhor pelos nossos sacerdotes, para que tenham a coragem de sair e ir ao encontro dos doentes, levando a força da Palavra de Deus e a Eucaristia, acompanhando os trabalhadores sanitários, os voluntários, no trabalho que estão a fazer”, referiu, antes de presidir à Eucaristia na Capela da Casa de Santa Marta, transmitida pelos serviços de informação da Santa Sé, através da internet.
As celebrações matinais decorrem com a presença de um grupo restrito de pessoas e são excecionalmente transmitidas em direto, esta semana, como forma de manifestar a proximidade do Papa às pessoas atingidas pela epidemia do novo coronavírus.
“Continuamos a rezar juntos pelos doentes, os agentes sanitários, as pessoas que sofrem por causa desta epidemia”, disse Francisco.
A Santa Sé clarificou, esta tarde, que o apelo do Papa deve ser cumprido pelos sacerdotes “de acordo com as medidas de saúde estabelecidas pelas autoridades italianas”.
O Vaticano anunciou, entretanto, que em coordenação com as medidas lançadas pelas autoridades italianas, foram adotadas hoje “novas medidas para evitar a disseminação do coronavírus”, incluindo o encerramento da Praça e da Basílica de São Pedro a visitas guiadas e turistas.
Também a partir de hoje, por precaução, foram fechadas a unidade móvel dos Correios do Vaticano na Praça de São Pedro, as duas lojas da Editora Vaticano, o Serviço Fotográfico de L’Osservatore Romano, que continua disponível online, e a loja de vestuário.
A cafetaria para funcionários será fechada ao público a partir de amanhã, sendo ativado um serviço de entrega de refeições para as várias entidades e entidades da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano.
“Estas medidas permanecerão em vigor, salvo indicação em contrário, até 3 de abril de 2020”, refere a nota do Vaticano.
A Santa Sé anunciou ainda a suspensão das visitas ‘ad Limina’ previstas até à Páscoa, que se referiam ao grupos de bispos católicos do Brasil e de França.
A epidemia detetada em dezembro na China já provocou mais de 110 mil infetados em todo o mundo; em Portugal, o número de infetados é, neste momento, de 39 pessoas.
O Governo da Itália, nação mais atingida pela epidemia na Europa, colocou todo o país de “quarentena”, medidas que afetam a atividade do Vaticano, com o encerramento dos Museus e a anulação dos grandes encontros públicos com o Papa.
A audiência geral desta quarta-feira, encontro que reúne habitualmente milhares de pessoas, vai decorrer à porta fechada, na Biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano, e com transmissão online, à imagem do que aconteceu com a oração do ângelus, no último domingo.
Em Portugal, o Governo divulgou esta segunda-feira o plano de contingência para o coronavírus, no qual se prevê que eventos com mais de cinco mil pessoas em espaços abertos sejam suspensos ou adiados; eventos com mais de mil pessoas à porta fechada podem ser adiados ou cancelados.
As medidas são mais restritivas em Concelhos com grupos de transmissão – neste momento de Lousada e Felgueiras -, onde o bispo do Porto já determinou a suspensão das celebrações eucarísticas, até sábado.
(Com Ecclesia)