Numa altura em que se revive o primeiro aniversário da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, Francisco envia mensagem aos jovens participantes do 35º festival jovem no santuário de Medjugorge, que se realiza de 1 a 6 de agosto
O Papa Francisco desafiou os jovens participantes no 35º Festival dos Jovens que teve início na quinta-feira, 1º de agosto, em Medjugorje, a escutarem a Palavra de Deus” e a serem ” anunciadores da esperança, do amor e da paz no mundo”, escreve o numa mensagem enviada.
O festival, que termina a 6 de agosto e tem a duração exata da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, que a capital portuguesa acolheu no ano passado, tem como tema de novo o Evangelho de Lucas: “Maria escolheu a melhor parte”. É a partir destas palavras, pronunciadas por Jesus, que o Papa oferece aos jovens “algumas breves sugestões” que possam servir para o seu crescimento espiritual e o seu compromisso “na Igreja e no mundo “.
Citado pelo Vaticano pelo vatican News, o Papa pede aos jovens que ouçam e sigam a Palavra de Deus, como “um discípulo autêntico”.
” Maria, irmã de Lázaro, agiu dessa forma colocando-se aos pés do Senhor para ouvi-lo e Jesus apreciou a sua escolha, definida como a melhor parte. Também outra discípula autêntica, Maria de Nazaré, soube acolher a Palavra de Deus colocando todo o seu ser à disposição, até se encontrar aos pés da cruz e junto com os apóstolos no dia de Pentecostes” lembrou o papa Francisco.
“Ao permitir que a Palavra de Deus entrasse em seu coração, a Virgem Maria cumpriu sua missão com fidelidade e cuidado. Ela também escolheu a melhor parte: o Senhor Jesus. Da mesma forma, vocês, queridos amigos, são chamados a se tornarem verdadeiros discípulos de Cristo” pode ainda ler-se na mensagem citada pela página on-line do Vaticano.
Francisco recomenda aos jovens meditar a Palavra de Deus e deixar que ela ilumine suas mentes e corações para descobrir o que Deus deseja de cada um.
“É por isso que os encorajo a estabelecer um vínculo estreito com o Evangelho e a tê-lo com vocês, para que seja para vocês como uma bússola que lhes mostra o caminho a seguir”, refere convidando os jovens presentes em Medjugorje a recorrerem também à Eucaristia e ao Sacramento da Reconciliação.
Por outro lado, refere, o crescimento na vida espiritua não diz respeito apenas a si mesmo: “um verdadeiro discípulo necessariamente transmite o Reino de Deus aos outros”, sublinha Francisco, lembrando que levar o Evangelho é a tarefa de todos na Igreja.
“Vocês devem ter a coragem de falar de Cristo em suas famílias, em seu ambiente educacional e de trabalho, em seu tempo livre. Anunciem Jesus acima de tudo com sua vida, manifestando a presença visível de Cristo em sua existência, em seu compromisso cotidiano e na coerência com o Evangelho em cada decisão concreta”, afirma o Papa pedindo “construtores de uma nova humanidade” e confiando os jovens a Maria.
“Que o seu exemplo os exorte a serem anunciadores da esperança, do amor e da paz no mundo”.
Este festival acontece exatamente nas mesmas datas em que decorreu em Lisbo, no ano passado, a Jornada Mundial da Juventude na qual o Papa fez vários desafios aos jovens e à Igreja, tendo ficado célebra a expressão “todos, todos, todos” no sentido de uma Igreja mais inclusiva que seja casa de acolhimento para todos, sobretudo os mais vulneráveis.
O “Santuário” de Medjugorje, na atual Bósnia Herzegovina, começou a ter muita atividade há cerca de 40 anos, quando alguns jovens indicaram ter visto uma figura luminosa feminina que eles identificaram como a Virgem Maria.
Os seis adolescentes, na época crianças, falaram das “aparições” de Maria que se apresentaria como a Rainha da Paz. A mesnagem é basicamente um cnvite à reconciliação e à conversão.
Anualmente este lugar recebe milhões de peregrinos, mas a Santa Sé ainda não validou o fenómeno, embora os sucessivos pontifices acompanhem esta devoção.
Em 2010 Bento XVI organizou uma Comissão internacional de inquérito dentro da Congregação para a Doutrina da Fé, composta por 17 pessoas entre os quais cardeais, bispos, teólogos e especialistas, sob a presidência do Cardeal Camillo Ruini. Os trabalhos duraram quatro anos, no final dos quais foi realizado um relatório final, nunca publicado oficialmente, que foi entregue ao Papa Francisco.
Em relação a Medjugorje, respondendo a uma pergunta, durante a viagem de volta de Fátima em maio de 2017, o Papa lembrou que “todas as aparições ou alegadas aparições pertencem à esfera privada, não fazem parte do Magistério público ordinário da Igreja”.
Lembrou também o trabalho da Comissão de Inquérito, distinguindo três aspectos. “Sobre as primeiras aparições, quando [os “videntes”] eram adolescentes, o relatório mais ou menos diz que se deve continuar a investigar. Em relação as alegadas aparições atuais, o relatório tem suas dúvidas” e “em terceiro lugar”, disse ele, “o cerne verdadeiro e próprio do relatório Ruini: o fato espiritual, o fato pastoral, pessoas que vão lá e se convertem, pessoas que encontram Deus, que mudam de vida… Para isto não há uma varinha mágica, e este fato espiritual-pastoral não se pode negar”.
(Com Vatican News)