O Papa pediu hoje que os católicos tenham “amor” pela Igreja, num momento em que se encontra debaixo de várias críticas, assumindo a necessidade de pedir desculpas pelos seus erros.
“Onde os nossos erros se tornam um escândalo, peçamos a São José que nos dê coragem para dizer a verdade, pedir perdão e recomeçar humildemente”, disse, na audiência geral que decorreu no Auditório Paulo VI, do Vaticano.
“Hoje é comum, é algo de todos os dias, criticar a Igreja, para apontar as suas incoerências – e há tantas -, os seus pecados, que na realidade são as nossas incoerências, os nossos pecados, porque a Igreja sempre foi um povo de pecadores que encontra a misericórdia de Deus”, acrescentou.
Francisco encorajou os presentes a rezar pela intercessão de São José nos “momentos mais difíceis” das suas vidas pessoais e comunitárias.
“Onde a perseguição impede que o Evangelho seja proclamado, peçamos a São José a força e a paciência para suportar abusos e sofrimentos por amor ao Evangelho”, referiu.
“Onde quer que os meios materiais e humanos sejam escassos e nos façam experimentar a pobreza, especialmente quando somos chamados a servir os últimos, os indefesos, os órfãos, os doentes, os descartados da sociedade, rezemos a São José para que seja providência para nós”.
A intervenção questionou os presentes sobre o seu amor pela Igreja “como ela é”.
“Só o amor nos torna capazes de falar plenamente a verdade de uma forma não parcial, de dizer o que está errado, mas também de reconhecer toda a bondade e santidade que estão presentes na Igreja”, indicou.
Francisco desafiou todos a assumir a atitude fundamental de “guardião” do próximo, como fez São José com Jesus e Maria.
“Amar a Igreja, proteger a Igreja e caminhar com a Igreja. Mas a Igreja não é aquele pequeno grupo que está próximo do padre e manda em todos, não. A Igreja somos todos, todos nós. A caminho. Guardar-se um ao outro, guardar-se reciprocamente”, indicou.
A reflexão encerrou o ciclo de catequeses sobre a figura de São José, evocando os 150 anos da proclamação como padroeiro da Igreja pelo Papa Pio IX.
A audiência conclui-se com a oração proposta por Francisco na Carta Apostólica ‘Patris corde’ (com coração de pai), dedicada a São José, recordando em especial “a Igreja que sofre e se encontra na provação”.
No final do encontro, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa.
“Saúdo-vos a todos e animo-vos a venerar São José: nele encontrareis o homem da presença quotidiana, discreta e escondida, na companhia de Jesus e da Virgem Maria. Tomai os três como intercessores, amparo e guia nos momentos de dificuldade, para que nunca se acabe o óleo da fé e da alegria, que brota duma vida em comunhão com Deus”, declarou.
Na saudação aos peregrinos polacos, Francisco recordou a celebração da memória litúrgica, no dia 14 de fevereiro, de São Cirilo e São Metódio, padroeiros da Europa e
“Rezemos a Deus para que, pela sua intercessão, as nações deste continente, conscientes das suas raízes cristãs, despertem o espírito de reconciliação, de fraternidade, de solidariedade e de respeito, de cada país, pela liberdade de todos os países”, pediu.
(Com Ecclesia)