Papa lamenta violência usada na evangelização para impor “modelo cultural”

 

O Papa condenou ontem no Vaticano o uso da violência na história da evangelização, lamentando a falta de respeito por várias culturas, ao longo da história.

“Quantos erros foram cometidos na história da evangelização ao querer impor apenas um modelo cultural! Por vezes, nem sequer renunciaram à violência a fim de fazer prevalecer o próprio ponto de vista. Pensemos nas guerras”, referiu, durante a audiência pública semanal, no Auditório Paulo VI.

Francisco sustentou que esta atitude privou a Igreja de “tantas expressões locais que têm em si as tradições culturais de povos inteiros”, evocando exemplos de tentativas de evangelização na China ou na Índia que foram mal recebidas pelo Ocidente.

Os católicos, acrescentou, têm o “dever de respeitar a origem cultural de cada pessoa, colocando-a num espaço de liberdade que não seja restringido por qualquer imposição ditada por uma única cultura predominante”.

“Católico não é uma denominação sociológica para nos distinguir dos outros cristãos; católico é um adjetivo que significa universal, a catolicidade, a universalidade”, indicou.

“A Igreja universal, isto é, católica, significa que a Igreja tem em si, na própria natureza, uma abertura a todos os povos e culturas de todos os tempos, pois Cristo nasceu, morreu e ressuscitou para todos”.

Francisco questionou os presentes sobre a forma de anunciar a mensagem cristã num momento histórico de “grande mudança cultural”, marcado pela tecnológica.

“Se pretendêssemos falar da fé como se fazia nos séculos passados, correríamos o risco de já não sermos compreendidos pelas novas gerações”, advertiu.

(Com Ecclesia)

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