O tema da “Ecologia integral” tem dominado as atenções mundiais
Cumpre-se hoje o primeiro aniversário da apresentação pública, por parte do Papa Francisco, da sua encíclica “Laudato Si: Sobre o Cuidado da Casa Comum”, a primeira também que a Igreja Católica dedicou ao tema da Ecologia.
Na data do seu lançamento, o documento surpreendeu o mundo pela forma como o Papa fazia depender o combate à pobreza, à desigualdade e a outras injustiças sociais, da adoção de uma “ecologia integral” que salvaguardasse também o planeta para as gerações futuras.
“As crises económicas internacionais mostraram, de forma atroz, os efeitos nocivos que traz consigo o desconhecimento de um destino comum, do qual não podem ser excluídos aqueles que virão depois de nós”, salienta Francisco na referida encíclica.
O Papa argentino aponta ainda que “já não se pode falar de desenvolvimento sustentável sem uma solidariedade intergeracional”.
Nesse sentido, a encíclica fala de uma lógica nova, “do dom gratuito”, na relação com a Terra.
“Se a terra nos é dada, não podemos pensar apenas a partir de um critério utilitarista de eficiência e produtividade para lucro individual”, frisa Francisco.
A encíclica “Laudato Si” vai estar em destaque no Programa ECCLESIA deste domingo, a partir das 6h00 na Antena 1, com uma abordagem do professor Filipe Duarte Santos, especialista em Física pela Universidade de Lisboa.
Para o docente, aquele documento vai certamente marcar a reflexão na área social e ambiental pelo menos “até ao fim deste século”.
“Os temas que aborda, dadas as circunstâncias, não se vão resolver num ano ou em dois, nem daqui a 10 anos”, disse Filipe Duarte Santos, em entrevista a uma das edições mais recentes do Semanário ECCLESIA.
Este especialista realça a forma como a encíclica alerta para temáticas que normalmente não eram abordadas pela Igreja Católica.
Uma mudança “muito bem-vinda para toda a humanidade”, complementa.
(Com Ecclesia)