A 1 de dezembro de 2019 o Papa presidiu a uma missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, que seguiu o ritual zairense e congolês
O Papa Francisco insistiu hoje na inclusão na liturgia católica de ritos e tradições dos povos indígenas, como os da Amazónia, numa mensagem escrita num livro sobre o ritual da missa congolesa.
O pontífice argentino recordou o que havia escrito na sua exortação apostólica “Querida Amazónia” (2020) e a sua petição de “recolher na liturgia os muitos elementos da experiência dos indígenas no contacto íntimo com a natureza”.
A Editorial Vaticana publicou hoje um livro sobre a missa congolesa, o “primeiro e único” ritual adaptado pela Igreja após o histórico Concílio Vaticano II (1962-1965), que abriu a possibilidade de recolher na liturgia as tradições das diferentes culturas.
Na sua exortação, no entanto, o Papa lamentou que, cinquenta anos depois, “poucos passos tenham sido dados nessa direção”.
O ritual eucarístico congolês, alegou o chefe da igreja católica, “valoriza as diversas linguagens, cores, movimentos corporais que interagem, estimulando todas as dimensões da personalidade dos fiéis, tendo sempre em conta os valores de cada povo”.
Por isso, após a adaptação da missa ao ritual congolês, o Papa pediu um “compromisso” para adaptar o resto dos sacramentos.
Há um ano, a 01 de dezembro de 2019, o Papa presidiu a uma missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, que seguiu o ritual zairense e congolês, uma adaptação do ritual romano ordinário aprovado pela Congregação para o Culto Divino em abril de 1988.
O pontífice defendeu esse género de adaptações, o que lhe custou um conjunto de críticas dos setores ultraconservadores da igreja católica.
Por exemplo, durante o Sínodo da Amazónia, realizado em outubro de 2019, foram exibidas estátuas de madeira representando a Pachamama ou a fertilidade.
Dias depois, essas representações, consideradas pagãs pelos setores mencionados, foram roubadas de uma igreja romana próxima do Vaticano e atiradas ao rio Tibre, na capital italiana.
A 25 de outubro de 2019, Francisco pediu perdão na qualidade de bispo de Roma pelo ocorrido, explicando que a presença das esculturas no templo romano “não tinha a intenção de serem idolatradas”.
(Com Lusa e Vatican News)