Papa Francisco pede fraternidade e comunhão aos padres de Cassano

Encontro com clero serviu ainda para pedir aos sacerdotes que estejam próximos das famílias.

O Papa Francisco pediu hoje aos padres de Cassano, na Calábria, que vivam em fraternidade e na alegria da “escolha” do sacerdócio, ultrapassando um “individualismo pastoral”.

 

“Não é fácil, não é imediato. Primeiro porque nós estamos inseridos na cultura subjetiva de hoje, nesta cultura que exalta o «eu» para o idolatrar. E depois, por causa de um certo individualismo pastoral que, infelizmente, é muito comum nas nossas dioceses”, sustentou o Papa Francisco durante um encontro com o clero na catedral de Cassano, cidade no sul de Itália que visita este sábado.

 

Dirigindo-se aos homens que, referiu, “trazem o peso quotidiano do trabalho paroquial”, Francisco pediu oração e silêncio para aferir o empenho no trabalho pastoral.

 

“O silêncio da oração com Jesus faz-nos ver se estamos a trabalhar como bons operários ou se nos estamos a tornar empregados, se somos canais abertos, generosos por onde o amor e a graça correm abundantes, ou, pelo contrário, se no centro nos colocamos a nós mesmos e, em vez de canais, tornamo-nos telas que não ajudam ao encontro com o Senhor, com a luz e a força do Evangelho”.

 

O Papa falou da beleza do sacerdócio indicando a importância da fraternidade e a comunhão.

 

“A beleza da fraternidade, de seguir o Senhor não sozinho, não um a um, mas juntos, na grande variedade de dons e de personalidades; na verdade isto só enriquece o presbitério, a variedade de proveniências, de idades, de talentos”.

 

A comunhão “que precisa sempre ser experimentada na procura de formas concretas adequadas ao tempo e à realidade do território”, indicou o Papa “não pode ser apenas uma coisa deixada ao acaso, às circunstâncias favoráveis”, “dom recebido” mas um que precisa “sempre ser cultivado e acolhido”.

 

Francisco pediu ainda aos sacerdotes para trabalharem com as famílias.

 

“É um trabalho que o Senhor nos pede para fazer de um modo particular neste tempo, que é um tempo difícil para as famílias como instituições, como para as famílias por causa da crise”.

 

Após o encontro na catedral de Cassano, o Papa seguiu para o almoço no Seminário ‘João Paulo I’ com os pobres assistidos pela Cáritas Diocesana e com os jovens assistidos pela comunidade residencial terapêutica Saman ‘Mauro Rostagno’.

 

Às 14h30 locais, o Papa vai visitar os idosos da ‘Casa Serena’ de Cassano all’Jonio.

 

A Missa que encerra a viagem será celebrada na planície de Sibari, a partir das 16h00 e Francisco regressa ao Vaticano duas horas depois.

A 21 de março, o Papa reuniu-se em Roma com centenas de representantes de uma organização que apoia vítimas de redes mafiosas e seus familiares, pedindo que a justiça “tome o lugar da iniquidade” e os criminosos se convertam.

 

Em poucos meses, Cassano, um dos maiores municípios daquela região, foi palco de dois crimes que comoveram o país: um menino de 3 anos foi assassinado e queimado pela ‘ndrangheta (a máfia local), e o padre Lazzaro Longobardi, pároco local, foi morto com golpes de uma barra de aço, ao surpreender um assaltante.

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