Papa fala em notícias “muito graves”, após morte de duas católicas em paróquia de Gaza

 

O Papa considerou hoje “muito graves” os ataques contra civis em Gaza, que este sábado provocaram a morte de duas católicas no complexo paroquial da Sagrada Família, atingidas por atiradores do exército israelita.

“Continuo a receber de Gaza notícias muito graves e dolorosas: civis indefesos são alvos de bombardeamentos e tiros. Isto aconteceu até mesmo dentro do complexo paroquial da Sagrada Família”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

Francisco evocou as vítimas pelo seu nome, para referir que Nahida Khalil Anton e a sua filha, Samar Kamal Anton, “foram mortas por franco-atiradores, quando iam à casa de banho”, acrescentando que houve outras pessoas feridas.

Os ataques danificaram também “a casa das irmãs de Madre Teresa [Missionárias da Caridade], atingido o gerador”, que assegura o fornecimento de energia elétrica à residência, que acolhe cerca de 50 crianças com deficiência.

“Ali não há terroristas, mas famílias, crianças, pessoas doentes e com deficiência, religiosas”, declarou o Papa.

“Pode haver quem diga: ‘é o terrorismo, é a guerra’. Sim, é a guerra, é o terrorismo. Por isso, a Escritura diz que Deus faz cessar as guerras, parte os arcos e despedaça as lanças. Rezemos a Deus pela paz”, concluiu.

Israel justificou o ataque com a alegada presença de um lançador de mísseis na paróquia.

O Patriarcado Latino de Jerusalém, responsável pela única paróquia católica na Faixa de Gaza, rejeita as acusações, falando num ataque “incompreensível” contra um lugar onde não há beligerantes.

A instituição precisa que sete outros membros da comunidade ficaram feridos ao tentar ajudar as pessoas que se encontravam no interior da igreja, uma delas em “estado muito grave”.

O portal de notícias do Vaticano precisa que, apesar da intervenção do Patriarcado de Jerusalém, a operação não foi interrompida, tendo o exército israelita disparado “contra os civis que se abrigavam no edifício” da paróquia católica.

No interior do recinto estão mais de 600 refugiados, que ali se abrigam há mais de dois meses.

O pároco local, padre Gabriele Romanelli, disse ao ‘Vatican News’ que “a situação já está para além da tragédia”.

O sacerdote explica que todas as pessoas atingidas a tiro, este sábado, são “membros queridos da comunidade cristã, paroquianos, católicos”.

“A mãe que foi morta, Nahida, e a sua filha, Samar, eram pessoas muito boas”, acrescenta.

(Com Ecclesia)

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