JMJ no horizonte do Papa
O Papa exortou hoje os jovens a partirem “para encontros concretos, para um real acolhimento de quem é diferente”, para superar “as distâncias entre gerações, entre classes sociais, entre etnias, entre grupos e categorias de todo o género”.
Numa mensagem do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude que se realiza em Lisboa em agosto de 2023, o pontífice alerta que, também só dessa forma, serão também superadas as guerras e que “os jovens são sempre a esperança duma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida. Mas somente se tiverem memória, apenas se escutarem os dramas e os sonhos dos idosos”.
Pegando no tema da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa 2023), “Maria levantou-se e partiu apressadamente”, o Papa sublinha que “nestes últimos tempos tão difíceis, em que a humanidade já provada pelo trauma da pandemia, é dilacerada pelo drama da guerra, Maria reabre para todos (…) o caminho da proximidade e do encontro”.
“Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vós ireis viver em Lisboa, no mês de agosto do próximo ano, representará um novo começo para vós jovens e, convosco, para toda a humanidade”, sublinha Francisco, acrescentando que “a Mãe do Senhor é modelo dos jovens em movimento, jovens que não ficam imóveis diante do espelho em contemplação da própria imagem, nem ‘alheados’ nas redes”.
O Papa, na sua mensagem hoje divulgada pelo Vaticano, escreve que “Maria deixou-se interpelar pela necessidade da sua prima idosa [Isabel]. Não se escusou, não ficou indiferente. Pensou mais nos outros do que em si mesma. E isto conferiu dinamismo e entusiasmo à sua vida”.
“Cada um de vós pode perguntar-se: Como reajo perante as necessidades que vejo ao meu redor? Busco imediatamente uma justificação para não me comprometer, ou interesso-me e torno-me disponível? É certo que não podeis resolver todos os problemas do mundo; mas talvez possais começar por aqueles de quem está mais próximo de vós, pelas questões do vosso território”, acrescenta o Papa, dirigindo-se aos jovens.
Para o pontífice, “perante uma necessidade concreta e urgente, é preciso agir apressadamente. No mundo, quantas pessoas esperam uma visita de alguém que cuide delas! Quantos idosos, doentes, presos, refugiados precisam do nosso olhar compassivo, da nossa visita, de um irmão ou uma irmã que ultrapasse as barreiras da indiferença!”
“Maria é exemplo de jovem que não perde tempo a mendigar a atenção ou a aprovação dos outros – como acontece quando dependemos daquele ‘gosto’ nas redes sociais –, mas move-se para procurar a conexão mais genuína, aquela que provem do encontro, da partilha, do amor e do serviço”, acrescenta Francisco, renovando o “caloroso convite a participar na grande peregrinação intercontinental dos jovens que culminará na JMJ de Lisboa em agosto do próximo ano”.
“Sonho, queridos jovens, que na JMJ possais experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e as irmãs. Depois de um prolongado período de distanciamento e separação, em Lisboa – com a ajuda de Deus – reencontraremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço duma nova fraternidade missionária!”, acrescenta a mensagem do Papa.
A JMJLisboa2023, para a qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo, decorrerá nos terrenos da margem do rio Tejo, ao norte do Parque das Nações, e será encerrada pelo Papa.
Inicialmente prevista para o verão de 2022, a iniciativa foi adiada um ano, devido à pandemia de covid-19.
(Com Ecclesia)