Francisco presidiu a Missa em sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos no último ano
O Papa desafiou hoje no Vaticano todos os que têm cargos de autoridade na Igreja a “renovar a escolha de servir”, sem procurar outras recompensas.
“Quem serve e dá parece um perdedor aos olhos do mundo. Na verdade, é precisamente perdendo a vida que a reencontra, porque uma vida que se despoja de si, perdendo-se no amor, imita Cristo: vence a morte e dá vida ao mundo”, declarou, na homilia da Missa a que presidiu na Basílica de São Pedro, em sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos no último ano.
Perante vários colaboradores da Cúria Romana e centenas de pessoas que participaram na celebração, o Papa sublinhou que a morte parece “escura e angustiante”, mas Jesus não “fugiu” dela.
“Este estilo de Deus, que nos salva servindo-nos e aniquilando-se, tem muito a ensinar-nos: não esperemos uma vitória divina triunfal. Jesus, pelo contrário, mostra-nos uma vitória humilíssima”, precisou.
Francisco admitiu que esta é uma realidade que é “difícil aceitar”, um “mistério” que mostra a “força do amor”.
“Jesus não só tirou o mal, mas transformou-o em bem. Não mudou as coisas com palavras, mas com atos; não na aparência, mas na substância; não na superfície, mas na raiz: fez da cruz uma ponte para a vida”, prosseguiu.
O Papa pediu que os católicos rejeitem o “afã das coisas efémeras”, que passam e se desvanecem no “nada”, procurando ser “servos” segundo o coração de Jesus e não “funcionários”.
“Também nós podemos vencer com Ele, se escolhermos o amor servil e humilde, que permanece vitorioso para a eternidade. É um amor que não grita e não se impõe, mas sabe esperar com confiança e paciência”, concluiu.
Esta segunda-feira à tarde, como é tradição no dia em que a Igreja comemora os defuntos, o Papa visitou de forma privada as grutas do Vaticano, para rezar pelos pontífices falecidos.
CR/Ecclesia