Francisco deixou votos de «paz e bem-estar»
O Papa Francisco enviou um telegrama enviou hoje um telegrama ao presidente da República Portuguesa, quando sobrevoava território nacional a caminho de Cuba, desejando a todos os portugueses “paz e bem-estar”.
“Ao entrar no espaço aéreo português, dirijo saudações cordiais a vossa excelência e aos vossos concidadãos. Rezo para que Deus Todo-Poderoso possa abençoar a nação com paz e bem-estar, invocando para vós a bênção de Deus Omnipotente”, lê-se no telegrama do Papa a Aníbal Cavaco Silva, divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Francisco iniciou hoje, às 10h30 de Roma (menos uma em Lisboa), a décima Viagem Apostólica Internacional, para visitar Cuba e Estados Unidos da América, estando prevista a chegada ao Aeroporto Internacional de Havana às 16h00 locais, 21h00 em Lisboa, após 12 horas de voo.
A viagem mais longa do atual pontificado vai encerrar-se no próximo dia 28, com o regresso a Roma.
A visita apostólica inclui encontros com os presidentes dos dois países, Raul Castro e Barack Obama, após a recente aproximação diplomática entre Cuba e EUA que contou com o apoio do Vaticano.
O programa tem como pontos de relevo a visita à ONU, uma oração no local dos atentados do 11 de setembro e a participação no VIII Encontro Mundial das Famílias, na cidade norte-americana de Filadélfia.
Estão previstas 26 intervenções, quatro das quais em inglês, e sete voos que perfazem um total de 19 mil quilómetros.
Durante a visita, Francisco vai pedir o fim do embargo dos EUA a Cuba, assegura responsável pela Secretaria de Estado do Vaticano, depois da Santa Sé ter sido a grande mediadora do reatamento das relações diplomáticas entre os dois países.
D. Angelo Becciu recorda que durante 50 anos “os cubanos sofreram devido ao embargo”.
“Não é possível continuar com isto. A Santa Sé sempre se pronunciou contra o embargo, quer em Cuba como noutros países, porque quem sofre é o povo, são os pobres”, advertiu.
Para o substituto da Secretaria de Estado, “a visita do Papa Francisco consolidará ainda mais este novo clima”, que levou também à mediação do Vaticano para a reabertura das relações diplomáticas.
Durante a visita a Cuba é “previsível” que o Papa se encontre com Fidel Castro adianta o porta voz do Vaticano.
“É verosímil, previsível que haja um encontro, durante a jornada em Havana, mas ainda não está inserido num momento específico da agenda”, disse o padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.
O programa oficial da viagem, no domingo, começa com uma Missa na Praça da Revolução (14h00 em Lisboa), antes de um encontro privado com Raul Castro, presidente cubano.
Durante a celebração eucarística, o Papa vai dar a Primeira Comunhão a cinco crianças, um gesto que simboliza o “crescimento” da Igreja Católica, segundo o diretor da sala de imprensa da Santa Sé.
As estatísticas divulgadas pelo Vaticano mostram que há mais de 6,7 milhões de católicos em Cuba, correspondendo a 60,5% da população total da ilha.
A agenda de domingo inclui ainda uma oração com membros do clero e religiosos, bem como uma saudação aos jovens no Centro Cultural Padre Félix Varela.
Francisco vai visitar na segunda-feira a localidade de Holguín, para celebrar a Missa na Praça da Revolução local e abençoar a cidade.
Esta é uma novidade face às visitas de São João Paulo II (1998) e Bento XVI (2012), os primeiros Papas a pisar solo cubano.
A agenda papal passa depois pela cidade de Santiago, para encontros com os bispos e uma oração no santuário mariano nacional.
Francisco vai assinalar assim o 100.º aniversário da declaração da Virgem da Caridade do Cobre como padroeira do país.
Neste mesmo santuário vai iniciar-se o programa de terça-feira, com uma Missa, antes de um encontro com as famílias na catedral de Santiago e da cerimónia de despedida, nesta cidade.
O Papa segue depois para os Estados Unidos da América, onde vai passar por Washington, Nova Iorque e Filadélfia, para falar ao Congresso norte-americano, na sede da ONU e encerrar o 8.º Encontro Mundial das Famílias.
CR/Ecclesia