O Papa assinalou hoje no Vaticano o Dia Mundial da Vida Consagrada, pedindo que esta possa ser o rosto de uma “Igreja fraterna”.
“Neste dia da festa da Apresentação do Senhor, rezemos especialmente pelos consagrados e consagrados espalhados pelo mundo e confirmados no seu carisma. Que Cristo, Palavra de Deus, lhes dê ainda mais força para estar ao serviço dos valores do Reino e de uma Igreja fraterna, próxima de todos”, disse, no final da audiência geral que decorreu esta manhã, no Auditório Paulo VI.
Francisco convidou os católicos a agradecer por todos os que “dedicaram as suas vidas a Cristo e à Igreja, empenhando-se na evangelização, educação, caridade e muitos outros campos do serviço pastoral”.
“Rezemos também pelas novas vocações para a vida consagrada”, acrescentou.
O Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa, convidando todos a “permanecerem fiéis a Cristo Jesus, que hoje vemos nos braços de Simeão e Ana, felizes por tê-lo encontrado”.
“Quase seguramente tereis visto a mesma alegria no rosto das pessoas consagradas: é do encontro diário com Jesus que vem a luz dos seus olhos e a força para os seus passos. Que o Espírito Santo vos ilumine para levardes a bênção de Deus a todos os homens”, declarou.
A catequese semanal de Francisco foi dedicada à comunhão dos santos, uma ligação “existencial” que une todos a Cristo.
“Este vínculo é tão forte que não pode ser interrompido nem mesmo pela morte. Com efeito, a comunhão dos santos não diz respeito apenas aos irmãos e irmãs que estão ao meu lado neste momento da história, mas também àqueles que concluíram a sua peregrinação terrena e atravessaram o limiar da morte”, indicou.
O Papa admitiu que, nas comunidades católicas, podem existir formas de devoção que “parecem refletir uma mentalidade que é mais pagã do que cristã”.
“Até quando confiamos plenamente na intercessão de um santo, ou ainda mais na Virgem Maria, a nossa confiança só tem valor em relação a Cristo”, recordou.
Francisco precisou que a devoção é “uma forma de expressar amor”.
“Temos amigos no Céu: todos precisamos de amigos; todos precisamos de relações significativas para nos ajudar a enfrentar a vida. Também Jesus tinha os seus amigos, e recorreu a eles nos momentos mais decisivos da sua experiência humana”, acrescentou.
O Papa sublinhou que “não são os santos que fazem milagres”, mas “apenas a graça de Deus que atua através deles”.
“Há gente que diz: eu não acredito em Deus, mas acredito neste santo. Não, isso está errado”, insistiu.
“Não é uma coisa mágica, a devoção aos santos não é uma superstição, é simplesmente falar com um irmão, uma irmã que está diante de Deus”.
A reflexão de hoje encerrou um ciclo de catequeses dedicadas a São José, tendo o Papa partilhado uma oração que recita todos os dias, há mais de 40 anos.
Durante a intervenção do Papa foram audíveis gritos de um homem, tendo Francisco pedido orações “pelo irmão que sofre”.
“Se gritava, é porque sofre, tem alguma necessidade. Não sejamos surdos à necessidade deste irmão”, explicou.
(Com Ecclesia)