Papa diz aos jovens que o amor é mais do que o «aspeto sexual» e que o matrimónio está na «moda»

Mensagem para a 30ª Jornada Mundial da Juventude

O Papa Francisco afirma na mensagem para a 30ª Jornada Mundial da Juventude que a vocação humana para o amor não se reduz ao “aspeto sexual”, o matrimónio não está “fora de moda” e a ecologia também é humana.

“Exorto-vos a rebelar-vos contra a tendência generalizada de banalizar o amor, sobretudo quando se procura reduzi-lo apenas ao aspeto sexual, desvinculando-o assim das suas características essenciais de beleza, comunhão, fidelidade e responsabilidade”, escreveu o Papa na mensagem divulgada hoje pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Francisco refere que na juventude surge “a grande riqueza afetiva”, o “desejo profundo dum amor verdadeiro, belo e grande”, sinal da “capacidade de amar e ser amados”.

“Não permitais que este valor precioso seja falsificado, destruído ou deturpado”, escreve o Papa.

A Igreja Católica assinala a Jornada Mundial da Juventude, em cada diocese, no Domingo de Ramos, 8 dias antes da Páscoa, este ano no dia 29 de março.

Na mensagem do Papa, intitulada “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”, Francisco dirige-se aos jovens para lhes pedir que salvaguardem a “criação, a pureza do ar, da água e dos alimentos”, sublinhando que é necessário “com maior razão ainda” “salvaguardar a pureza” do que a pessoa tem de “mais precioso”: os corações e as relações.

“Esta ‘ecologia humana’ ajudar-nos-á a respirar o ar puro que provém das coisas belas, do amor verdadeiro, da santidade”, afirma o Papa no documento.

Francisco recorda que “comunidade eclesial inteira está a viver um período especial de reflexão sobre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, no contexto do Sínodo dos Bispos sobre a Família, e afirma que o matrimónio não está “fora de moda”.

“Alguns de vós sentem ou hão de sentir o chamamento do Senhor para o matrimónio, para formar uma família. Hoje, muitos pensam que esta vocação esteja ‘fora de moda’, mas não é verdade!”, sublinha o Papa, convidando também os jovens a “tomar em consideração” a vocação à vida consagrada e ao sacerdócio.

O Papa recordou o discurso que fez aos voluntários da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, a 28 de julho de 2013, onde pediu aos jovens para rejeitar a “cultura do provisório”, do “curtir” o momento.

“Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é ‘curtir’ o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, ‘para sempre’, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã”, afirmou.

“Peço-vos que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade”, referiu.

O Papa pediu aos jovens para descobrir o “rico ensinamento da Igreja”, verificando que o “cristianismo não consiste numa série de proibições”, mas num “projeto de vida” que pode “fascinar” os corações.

A mensagem do Papa para a 30ª Jornada Mundial da Juventude insere-se na preparação do próximo encontro mundial de jovens, que vai decorrer em julho de 2016, em Cracóvia, na Polónia, e tem por “guia” a reflexão sobre o texto do Evangelho das Bem-aventuranças.

CR/Ecclesia

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