O Papa desafiou hoje os jovens europeus a contrariar a lógica da guerra, para construir um “mundo diferente”, recordando a JMJ Lisboa 2023.
“Infelizmente, atualmente a violência está a ganhar cada vez mais terreno. Estamos a viver tempos difíceis, com conflitos e guerras espalhados por todo o mundo, porque já ninguém ouve. Exorto-vos a ousar construir um mundo diferente, um mundo de escuta, de diálogo e de abertura”, refere o texto enviado aos participantes do 46.º Encontro Europeu organizado pela comunidade ecuménica de Taizé, sob o tema “Caminhando juntos”.
A iniciativa decorre em Liubliana, capital da Eslovénia, entre hoje e o dia 1 de janeiro de 2024.
O encontro de jovens de vários países e denominações cristãs é vista, pelo Papa, como uma oportunidade de redescobrir “a dimensão profunda da escuta”, recordando a experiência vivida na JMJ Lisboa 2023, de 1 a 6 de agosto.
“A última Jornada Mundial da Juventude permitiu-vos viver, como Igreja e como comunidade, a bela experiência da amizade com Deus e com os outros. Sois hoje de Deus, sois hoje da Igreja! A Igreja precisa de vós para ser plenamente ela mesma. Como Igreja, sois o Corpo do Senhor Ressuscitado presente no mundo”, refere a mensagem, enviada através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
Francisco alerta para as formas de “marginalização, fechamento, exclusão e rejeição” de pessoas, convidando os jovens a “construir pontes entre povos, culturas e religiões, para um mundo estável e aberto”.
“Através de palavras e ações, enviem uma mensagem forte a um mundo que rejeita os vulneráveis. Tornem os seus sonhos de amor, justiça e paz uma realidade, começando por cada um de vocês”, apela.
A Comunidade de Taizé recebeu mensagens de vários líderes cristãos e políticos, como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.”
“Estamos numa época de tensões e angústias crescentes. As guerras estão a alastrar. A pobreza e a fome estão a aumentar. O nosso clima está a tornar-se mais perigoso e mais extremo. Os valores de solidariedade e de compaixão da Comunidade de Taizé são remédios para um mundo em convulsão”, escreve o responsável português.
A capital eslovena foi escolhida pelos monges de Taizé como “símbolo e ponte de diálogo” na Europa, evocando o encontro de 1987, em Liubliana, antes da queda do muro de Berlim.
Além de cerca de 200 jovens da Ucrânia, são esperados participantes russos e bielorrussos.