Francisco critica poderes que pretendem «silenciar» os profetas.
O Papa Francisco alertou hoje no Vaticano para o número crescente de perseguições aos cristãos e denunciou os poderes que querem “silenciar” a voz dos que se lhes opõem.
“Todas as pessoas que o Espírito Santo escolhe para dizer a verdade ao Povo de Deus sofrem perseguições”, declarou, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
Segundo o Papa, há hoje “tantos ou mais mártires do que nos primeiros tempos” do Cristianismo, porque “dizem a verdade, anunciam Jesus Cristo nesta sociedade mundana, nesta sociedade algo sossegada, que não quer os problemas”.
“Há pena de morte ou prisão hoje, nalguns países, por ter o Evangelho em casa, por ensinar o Catecismo. Um católico destas nações dizia-me que não podem rezar juntos, é proibido, só se pode rezar sozinho e às escondidas”, declarou.
Francisco lembrou que Jesus foi “perseguido desde o início” da sua vida pública, com “calúnias”, e que todos os profetas “foram perseguidos” por pedir às pessoas que deixassem o caminho “errado” e se voltassem para Deus.
“Às pessoas que têm o poder desta estrada errada, isso não agrada”, acrescentou.
O profeta, precisou, “luta contra as pessoas que enjaulam o Espírito Santo” e por isso é “sempre perseguido”.
Francisco aludiu aos “pensadores da Igreja” que foram perseguidos como “heréticos”, por denunciarem o que estava mal, e que hoje são admirados e mesmo beatificados.
“Mas como é que ontem era um herege e hoje é beato? É que ontem, os que tinham o poder queriam silenciá-lo, porque não lhes agradava o que dizia. Hoje, a Igreja, que graças a Deus sabe arrepender-se, diz: ‘Não, este homem é bom’”, precisou.
O Papa concluiu com uma oração para que todos os cristãos sigam o Senhor “pela sua estrada e, se for preciso, também com a cruz das perseguições”.