“Espero que em breve possamos superar esta prova”, disse Francisco
“Dirijo a minha cordial saudação e deixo votos de que o novo ano todos possam gozar da paz, da saúde e de uma vida serena e segura”, disse, após a recitação do ângelus.
Francisco elogiou a tradição familiar de se reunir, nesta data, para “viver juntos momentos de amor e de alegria”.
“Muitas famílias, infelizmente, não conseguirão reunir-se este ano, por causa da pandemia. Espero que em breve possamos superar esta prova”, declarou.
Desejo ainda que, graças à boa vontade de cada pessoa e à solidariedade dos povos, toda a família humana possa chegar, com renovado dinamismo, a metas de prosperidade material e espiritual”.
O Ano Novo Lunar é assinalado por milhões de pessoas, tanto no Extremo Oriente como em várias comunidades asiáticas espalhadas pelo mundo, incluindo Portugal, sobretudo chineses, coreanos e vietnamitas.
Entretanto e a partir da liturgia deste domingo, o Papa criticou hoje uma religiosidade de “milagres” e “sinais prodigiosos”, convidando os católicos a viver a sua fé com “humildade”.
“Se procuramos milagres, não encontraremos Jesus. Quem procura novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas, uma fé feita de poder e sinais externos não o encontra. Por outro lado, Jesus é encontrado por quem aceita os seus caminhos e os seus desafios, sem queixas, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação do ângelus.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco destacou que Jesus pede que cada um o acolha na sua “realidade quotidiana”, na sociedade, na Igreja, “na concretude dos necessitados”.
“Acolhe Jesus em quem te é próximo, todos os dias”, acrescentou.
O Papa alertou para o risco de quem pensa conhecer “tudo sobre Jesus”, fechando-se às “novidades”.
“Talvez, depois de tantos anos como crentes, pensemos que conhecemos bem o Senhor, com as nossas ideias e os nossos julgamentos”, apontou.
Francisco destacou a importância da “surpresa”, na fé, e sublinhou que Jesus “pede uma mente aberta e um coração simples”, de pessoas “dóceis, não rígidas e fechadas”.
“Irmãos e irmãs, Jesus também segue o caminho dos profetas: apresenta-se como não esperávamos”, observou.
A intervenção partiu do relato evangélico da primeira pregação de Jesus em Nazaré, sua terra natal, onde pronuncia uma frase que se tornou “proverbial”: “Nenhum profeta é bem-vindo na sua terra”.
Após a oração, falando da celebração litúrgica de São João Bosco (31 de janeiro), o Papa saudou os salesianos e salesianas, “que tanto bem fazem na Igreja”.
“Pensemos neste grande santo, pai e mestre da juventude: não se fechou nas sacristias, não se fechou nas suas coisas, foi para as ruas, procurar os jovens, com a criatividade que foi uma caraterística sua”, disse.
(Com Ecclesia)