… e o encarniçamento terapêutico.
Francisco sublinha a legitimidade das opções que assumem limites da condição humana, sem «abrir justificações para a supressão do viver»
O Papa Francisco lançou já vários alertas contra a eutanásia e o encarniçamento terapêutico, pedindo respeito pela vida e por cada doente.
“Não utilizar meios desproporcionados ou suspender a sua utilização equivale a evitar o encarniçamento terapêutico, isto é, cumprir uma ação que tem um significado ético completamente diferente da eutanásia, que continuar a ser sempre ilícita, dado que se propõe interromper a vida, procurando a morte”, escreve numa mensagem dirigida ao presidente da Academia Pontifícia para a Vida, D. Vincenzo Paglia, e a todos os participantes do encontro regional europeu da ‘World Medical Association’ (Associação Médica Mundial) sobre o fim da vida que se realizou a 7 de novembro de 2017.
O Papa sublinha a legitimidade das opções que assumem os “limites” da condição humana, mortal, sem “abrir justificações para a supressão do viver”.
Francisco recorda que as intervenções médicas sobre o corpo humano são “cada vez mais eficazes”, mas nem sempre resolvem os problemas.
A mensagem apela a um “suplemento de sabedoria” para travar a “insidiosa tentação” de insistir em tratamentos que “produzem efeitos poderosos sobre o corpo, mas não beneficiam o bem integral da pessoa”.
O Papa apresenta o “imperativo categórico” de “nunca abandonar o doente”, deixando elogios ao campo da medicina paliativa, de “grande importância também no plano cultural”, por ajudar a combater tudo o que torna a morte “mais angustiante e sofrida, ou seja, a dor e a solidão”.
Francisco deixa ainda uma palavra em favor dos mais desfavorecidos, que não podem defender, sozinhos, “os seus próprios interesses” neste campo.