Iniciativa de Francisco vai decorrer esta sexta-feira, com um apelo à solidariedade da comunidade internacional, e vai contar com a presença do secretário de Estado do Vaticano ao Líbano
“Irá exprimir a minha proximidade e oferecer a nossa oração a todos”, disse o Papa sobre a intenção de enviar o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao Líbano.
Francisco explicou que vão ter também “compromissos concretos” e, como em outras ocasiões semelhantes, convidou “os irmãos e irmãs de outras tradições religiosas a associarem-se a esta iniciativa”.
Na primeira audiência geral de quarta-feira com presença de fiéis, desde 27 de fevereiro por causa da pandemia, o Papa aos fiéis e turistas presentes no Pátio de São Dâmaso um momento de oração.
Com um sacerdote que tinha uma bandeia do Líbano ao seu lado, o Francisco afirmou que “o Líbano não pode ser abandonado na sua solidão por mais de 100 anos”, recordando o Papa São João Paulo II há 30 anos, “num momento crucial do país”.
“O Líbano foi um país de esperança, também durante os períodos mais escuros da sua história os libaneses conservaram a sua fé em Deus e demonstraram a capacidade de fazer da sua terra um lugar de tolerância, de respeito, de convivência, único na região”, desenvolveu.
Neste contexto, o Papa destacou que o Líbano “representa algo de muito mais, é uma mensagem de realidade”, um exemplo para o oriente e para o ocidente, por isso, “para o bem do país e também do mundo” não se pode permitir que “este património seja esquecido”.
“Encorajo todos os libaneses a encontrar as forças e energias necessárias para partilhar. Peço aos políticos, aos líderes religiosos, que se empenhem com sinceridade e transparência no trabalho de reconstrução, deixando cair os interesses e olhando o bem comum e ao futuro da nação”, desenvolveu.
A 4 de agosto uma explosão no porto de Beirute, a capital do Líbano, provocaram vários mortos, milhares de feridos e elevados danos materiais e o Papa Francisco renovou hoje o “convite à comunidade internacional” para apoiar o país e para “ajudar a sair da grave crise, sem serem envolvidos nas tensões regionais”.
De modo particular aos habitantes de Beirute, pediu que “coragem, fé, oração”, e que “não abandonem as suas casas e a sua herança”.
“Não façam cair o sonho daqueles que acreditaram no futuro de um país belo e próspero”, acrescentou.
O Papa aos bispos, sacerdotes, consagrados/as, leigos, pediu que “continuem a acompanhar os fiéis” e aos bispos e padres “zelo apostólico, pobreza, nada de luxo” e que “deem o exemplo de pobreza e de humildade” com um povo que “está a sofrer”.
“Ajudem os seus fiéis, o seu povo a levantar-se e a serem protagonistas de um novo renascimento. Sejam todos operadores de concórdia, de renovação, uma verdadeira cultura do encontro: Viver juntos na paz e na fraternidade”, explicou, assinalando a importância da “presença cristã” e o contributo para o Líbano e para a região, “num espírito de fraternidade entre todas as tradições”.
A audiência geral desta quarta-feira ficou marcada pelo regresso de fiéis e turistas a este encontro semanal com o Papa, agora num espaço mais pequeno, o Pátio de São Dâmaso, e Francisco na sua catequese destacou que a solidariedade é um caminho para sair da crise provocada pela pandemia Covid-19.
(Com Ecclesia)