Francisco alerta ainda para “crise humanitária” em larga escala, na Ucrânia
O Papa condenou hoje, no Vaticano, o “vil” atentado terrorista que atingiu a capital russa, esta sexta-feira, alertando ainda para uma “crise humanitária” de larga escala, na Ucrânia.
“Asseguro a minha oração pelas vítimas do vil atentado terrorista que aconteceu anteontem, em Moscovo”, disse, no final da Missa de Ramos, a que presidiu na Praça de São Pedro.
“Que o Senhor os acolha na sua paz e conforte as suas famílias, convertendo quantos projetam, organizam e dão corpo a estas ações desumanas, que ofendem Deus, o qual ordenou: não matarás!”, acrescentou.
Mais de 140 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas no ataque de sexta-feira a uma sala de concertos nos arredores de Moscovo, na Rússia, que foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).
O EI afirmou que o ataque se insere no contexto da “guerra violenta” entre o grupo e “os países que lutam contra o Islão”.
O arcebispo de Moscovo, D. Paolo Pezzi, condenou o “brutal ataque terrorista”.
“Hoje nossos corações estão cheios de horror e de dor, mas não permitiremos que nos façam esquecer que as nossas vidas e as vidas de todos os homens estão nas mãos de Deus”, sublinhou o responsável católico, em mensagem divulgada pelo portal de notícias do Vaticano.
O Papa presidiu esta manhã à Missa do Domingo de Ramos, que reuniu cerca de 60 mil pessoas na Praça de São Pedro, segundo dados das forças de segurança.
“Caros irmãos e irmãos: Jesus entrou em Jerusalém, como rei humilde e pacífico. Abramos os nossos corações: só Ele nos pode libertar da inimizade, dó ódio, da violência, porque Ele é a misericórdia e o perdão dos pecados”, apelou, no final da celebração, antes da recitação da oração do ângelus.
“Rezemos por todos os que sofrem por causa da guerra, de forma especial penso na martirizada Ucrânia, onde muitas pessoas se encontram sem eletricidade”, acrescentou.
Francisco sublinhou que os “intensos ataques” russos contra infraestruturas, além de provocarem “morte e sofrimento, comportam “o risco de uma catástrofe humanitária de ainda maiores dimensões”.
“Por favor, não esqueçamos a martirizada Ucrânia e pensemos também em Gaza, que sofre tanto, e noutros lugares de guerra”, insistiu.
O Papa lamentou também o assassinato de uma jovem e do seu filho, na última terça-feira, dentro de uma quinta de San Jose de Apartadó, na Colômbia.
“Esta comunidade, em 20218, foi premiada como exemplo de compromisso na economia solidaria, a paz e os direitos humanos”, referiu.
A celebração começou com a bênção dos ramos; devido aos problemas que o afetam no joelho, há vários meses, o Papa não acompanhou a procissão de entrada, com 400 participantes.
Francisco, que delegou a presidência no altar a um cardeal, como tem sido habitual, decidiu omitir a homilia preparada para a celebração.
A Igreja Católica inicia, com o Domingo de Ramos, a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, celebração da ressurreição de Cristo.
Francisco convidou todos a rezar, por intercessão da Virgem Maria: “Aprendamos com ela a estar perto de Jesus, nos dias da Semana Santa, para chegar à alegria da ressurreição”.
Após a celebração, o Papa percorreu a Praça de São Pedro, em veículo aberto, para saudar a multidão, durante vários minutos.