O Papa Francisco presidiu hoje a uma Missa com migrantes e instituições que os acolhem, na Itália, alertando para o medo do “outro”, de quem é visto como “estranho”, o “marginalizado e estrangeiro”.
“Isso é particularmente notório hoje, diante da chegada de migrantes e refugiados que batem à nossa porta em busca de proteção, segurança e um futuro melhor”, declarou.
A celebração na igreja da Fraterna Domus, na cidade de Sacrofano, região de Roma, marcou a abertura do encontro ‘Livres do Medo’, promovido pela Fundação Migrantes, pela Cáritas Italiana e pelo Centro Astalli, até domingo.
Francisco partiu das passagens da Bíblia que foram lidas durante a Missa para comentar o tema do encontro.
“Perante as mentiras e a maldade do nosso tempo, nós também, como o povo de Israel, somos tentados a abandonar o nosso sonho de liberdade. Sentimos medo legítimo, diante de situações que nos parecem sem saída”, assinalou.
O Papa desafiou os presentes a não ceder à tentação de se “fechar em si mesmos” ou de confiar em “frágeis seguranças humanas”.
“O medo é a origem de toda a escravidão” e também “a origem de qualquer ditadura”, advertiu.
Francisco sublinhou que nem sempre os católicos são capazes de reconhecer Jesus em quem chega “com a roupa em farrapos, os pés sujos, o rosto desfigurado, incapaz de falar a mesma língua”.
“Se esta é uma chave válida para a leitura da nossa história hoje, então devemos começar a agradecer àqueles que nos dão a oportunidade para esta reunião, ou seja, os ‘outros’ que batem à nossa porta, oferecendo-nos a oportunidade de superar os nossos medos para encontrar, acolher e assistir Jesus, em pessoa”, defendeu.
O Vaticano informou, em comunicado, que a esta celebração visa “sublinhar a constante atenção” de Francisco com o acolhimento dos migrantes.
Famílias, paróquias, associações e diversos organismos que decidiram hospedar e integrar migrantes presentes na Itália estão reunidas para partilhar experiências e testemunhos.
Antes de despedir-se, o Papa deixou aos presentes uma mensagem: “Quero agradecer a cada um de vós por tudo o que fazeis. Cada pequeno passo, porque os pequenos fazem o caminho da história. Em frente, não tenhais medo, tende coragem. Que o Senhor vos abençoe, obrigado”.
(Com Ecclesia)