Francisco destacou importância de reviver “dia de festa” do Batismo
“É como um aniversário, porque o Batismo faz-nos renascer para a vida cristã. É por isso que vos aconselho a ensinar aos vossos filhos a data do Batismo, como um novo aniversário: que todos os anos o recordem e agradeçam a Deus por esta graça de se tornarem cristãos”, declarou, na homilia improvisada da celebração.
Os meninos e meninas, filhos funcionários do Estado do Vaticano, estiveram no centro da celebração que assinala a festa do Batismo do Senhor, que encerra o tempo litúrgico do Natal, no calendário católico.
A Capela Sistina, inaugurada pelo Papa Júlio II em 1512, acolhe desde 1983 a Missa com o Batismo de crianças, por decisão do Papa João Paulo II.
A celebração, com vários gestos simbólicos próprios do sacramento, decorreu pelo segundo ano consecutivo com a colocação excecional de um altar alguns metros diante da representação do Juízo Final, de Michelangelo, em vez do antigo altar colocado sob a mesma – que levava o presidente a celebrar “versus Deum” e não de frente para a assembleia.
Ao longo de quase hora e meia, a celebração incluiu a invocação dos santos, a oração do exorcismo, a unção pré-batismal, a oração e a invocação sobre a água, a renúncia a Satanás e a profissão de fé, a aspersão com água benta, a unção com o óleo da Crisma, a entrega da veste branca e da vela acesa no Círio Pascal.
Na sua homilia, o Papa agradeceu aos pais por fazerem os seus filhos “entrar na Igreja”, iniciando um caminho que deve ter ajuda dos próprios pais e dos padrinhos.
“Fomos ensinados a rezar desde crianças: que aprendam a rezar, pelo menos a fazer assim com as mãos, com os gestos… Mas que as crianças aprendam a rezar, porque será a oração que lhes vai dar força ao longo de toda a vida: nos momentos bons para agradecer a Deus, e nos momentos maus para encontrar a força. É a primeira coisa que devem fazer: rezar. E rezar também a Nossa Senhora, que é a Mãe: é a nossa Mãe.”
Francisco sublinhou que os bebés recém-batizados têm de aprender a “ser cristãos”.
“Nós festejamos com eles este início de caminho. E cabe a vocês ajudá-los a caminhar, porque eu fico por aqui, mas vocês toda a vida”, acrescentou.
O Papa brincou com o momento de silêncio das crianças, assinalando que bastava alguém dar o “pontapé inicial”.
“Deixem-nos gritar, deixem-nos chorar. Talvez algum esteja a chorar de fome: deem-lhe o leite. Com toda liberdade. O importante é que hoje esta celebração seja a festa, a festa do início de um belo caminho cristão, no qual vocês ajudarão os vossos filhos a seguirem em frente. Talvez algum esteja muito coberto e sinta calor: que se sinta confortável, que todos se sintam confortáveis”, pediu, à imagem do que aconteceu nesta celebração, em anos anteriores.
No final da celebração, Francisco foi ao encontro das famílias, apoiado numa bengala, e deteve-se junto delas para saudar cada um dos presentes, antes de ficar em oração, sozinho, diante do presépio montado na Capela Sistina.
Já na janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus, o Papa recordou esta celebração e estendeu a sua bênção a todas as crianças que foram batizadas neste tempo litúrgico.
“Renovo a todos o convite a festejar a data em que fomos batizados, na qual nos tornamos cristãos. Pergunto-vos: cada um de vocês sabe a data do seu Batismo”, declarou.
Francisco deixou aos presentes um “trabalho de casa”, para que, junto dos pais ou padrinhos, conheçam o dia do seu Batismo e possam festejar essa data como um “aniversário da fé”.
(Com Ecclesia)