O Papa disse hoje, no Vaticano, que a tristeza se pode transformar numa “doença da alma”, pedindo vigilância sobre o que cada um cultiva no seu coração.
“Há uma tristeza que é antes uma doença da alma. Nasce no coração do homem quando desaparece um desejo ou uma esperança”, indicou, na catequese semanal que proferiu, no Auditório Paulo VI.
Perante milhares de peregrinos reunidos para a audiência geral, Francisco referiu que “a dinâmica da tristeza está ligada à vivência da perda”.
“Pode ser o desejo de possuir algo que não pode ser obtido; mas também algo importante, como uma perda emocional”, precisou.
“Todos nós passamos por provações que geram tristeza, pois a vida nos faz conceber sonhos que depois desmoronam. Nesta situação, alguns, depois de um período de turbulência, confiam na esperança; mas outros atolam-se na melancolia, permitindo que ela gangrene os seus corações”.
Falando da tristeza como “o prazer de nenhum prazer”, o Papa recordou que o ensinamento dos primeiros pensadores cristãos fazia uma “distinção” entre a tristeza que se “transforma em alegria” e “leva à salvação”, como acontece na parábola do filho pródigo.
“Há algo no passado de todos que precisa de ser curado”, sustentou.
Francisco alertou para um “segundo tipo de tristeza”, que leva a pessoa a “vestir as roupas de vítima”.
“É um demónio sorrateiro, o da tristeza. Os Padres do deserto descreviam-no como um verme do coração, que corrói e esvazia aquele que o hospedou”, declarou.
Após a catequese, Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa: “Desejo que cada dia da vossa vida seja um exercício de ressurreição, iluminando tudo e todos com a alegria que Cristo Ressuscitado nos traz”.
O Papa recordou ainda a celebração, no próximo domingo, do Dia Mundial do Doente.
“Rezemos a Maria, saúde dos doentes, por todos aqueles que sofrem, para que possam depositar a sua confiança em Deus, experimentando a alegria de se saberem amados por Ele”, apelou.
(Com Ecclesia)