Papa alerta para guerra, fome e exploração laboral, apelando a novos modelos de globalização

 

O Papa escreveu aos participantes no Fórum Económico Mundial, que decorre na cidade suíça de Davos, alertando para o impacto da guerra, fome e exploração laboral sobre milhões de pessoas, para pedir novos modelos de globalização.

“Num mundo cada vez mais ameaçado pela violência, pela agressividade e pela fragmentação, é essencial que os Estados e as empresas se associem na promoção de modelos de globalização clarividentes e eticamente sãos”, refere, num texto divulgado hoje pelo Vaticano.

Francisco observa que a reunião anual do Fórum Económico Mundial tem lugar num “clima de instabilidade internacional muito preocupante”.

A mensagem desafia os participantes a procurar “formas inovadoras e eficazes de construir um mundo melhor”.

“Espero que os vossos debates tenham em conta a necessidade urgente de promover a coesão social, a fraternidade e a reconciliação entre grupos, comunidades e Estados, a fim de enfrentar os desafios que se nos deparam”, acrescenta.

O Papa retoma as preocupações manifestadas no discurso aos membros do corpo diplomático acreditados junto da Santa Sé, a 8 de janeiro, sobre a falta de “distinção entre alvos militares e civis”, pelo que “não há conflito que não acabe, de alguma forma, por atingir indiscriminadamente a população civil”.

Francisco sustenta que é necessário combater as injustiças que estão na origem dos conflitos, como a exploração de recursos naturais ou a “exploração generaliza” de homens, mulheres e crianças, “obrigados a trabalhar por salários baixos”.

“Entre as [injustiças] mais significativas, conta-se a fome, que continua a assolar regiões inteiras do mundo, enquanto outras são marcadas por um excessivo desperdício alimentar”, denuncia.

Como é possível que, no mundo de hoje, ainda haja pessoas que morrem de fome, são exploradas, condenadas ao analfabetismo, carecem de cuidados médicos básicos e não têm abrigo?”

O Papa observa que os Estados têm uma “capacidade limitada” para gerir os desafios levantados pela atividade financeira, que se desenvolve “em contextos económicos cada vez mais amplos”.

A mensagem pede que todos assumam “elevados padrões éticos, especialmente no que respeita aos países menos desenvolvidos, que não devem ficar à mercê de sistemas financeiros abusivos ou usurários”.

“Espero que os participantes no Fórum deste ano estejam conscientes da responsabilidade moral que cada um de nós tem na luta contra a pobreza”, conclui Francisco.

A 54.ª edição do Fórum Económico Mundial decorre até sexta-feira.

(Com Ecclesia)

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